segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

REDUÇÃO DE TARIFAS: MISSÃO QUASE IMPOSSÍVEL


Se fosse essa a intenção, bastaria a retirada sumária de alguns encargos, o que implicaria em redução automática do ICMS e PIS/COFINS que são impostos sobre impostos. Aproveitando que as taxas de juros caíram no Brasil, o governo poderia reduzir os juros das dívidas dos Estados ou alongá-las, em troca de uma mudança que tornasse o sistema tributário mais eficiente. Só depois teria condições de baixar o preço da energia das usinas, cujos contratos seriam renovados. Forçar antes, enfraquece a capacidade técnica das empresas em um momento em que 4 apagões sucessivos ocorrem em menos de 2 meses. Isso é o que o governo realmente quer ao antecipar recursos da RGR nas suas estatais, (leia Eletrobrás), para aumentar sua participação e afastar sócios privados, tal como fez na Petrobras. O governo renuncia aos encargos e tributos para ter maior presença na Eletrobrás.

O VILÃO É O ICMS


O maior obstáculo à redução de tarifas está no ICMS que é cobrado várias vezes assim que troca de mão, intermediado por outras empresas. Exemplo: Cemig vende para Furnas, que fornece energia ao DME em Poços de caldas, por decisão do ONS. O ICMS é cobrado por dentro – à maneira dos agiotas – ou seja, incide sobre o próprio ICMS. Já o PIS/COFINS – que é também cobrado ‘por dentro’ – tem por base o ICMS já cobrado, ou seja, é um imposto sobre outro imposto. A título de ilustração: Se 45% do valor de face da tarifa são impostos, o restante 55% é custo. Logo, calculando apropriadamente o imposto total chegaria a mais de 80% do custo. Geração e transmissão têm custos baixos, considerando os últimos leilões. O custo é baixo, mas se não houver redundância de linhas o risco é alto. Levando em conta apenas PIS, COFINS e ICMS, já teriam um aumento aproximado de 50% sobre geração, transmissão e distribuição. Para a alíquota de 30% deverá ser utilizado o índice multiplicador 1.428571 Cálculo: Consumo (kWh) X valor da Tarifa por kWh (X,XXXXXX) = Valor do Importe Valor do Importe X 1.428571 (multiplicador) = Importe total Importe total X 30% (Alíquota de ICMS residencial) = Valor do ICMS cobrado.

COBRANÇA POR DENTRO É AGIOTAGEM


A cobrança de ICMS sobre a energia produzida por outros estados é uma forma de imperialismo exercida pelos estados mais desenvolvidos sobre os estados periféricos: uma forma de agiotagem sobre o produto de terceiros. Numa conta de 100 reais 45 são tributos e 55 é custo da energia. Grosso modo o imposto real sobre a tarifa seria: Imposto real = (45/55)*100 = 81,2% E, neste caso, imposto real cobrado é 81% da tarifa e não 45% como indicado na conta. Considerando apenas a incidência média de 33% de [PIS + COFINS + ICMS + RGR], cobrados por dentro sobre a tarifa nominal, o imposto real sobre o custo da tarifa seria aproximadamente 50% (33*100/67), em vez de 33% como indicado na conta.

INDICAÇÃO DO PREÇO DA ENERGIA NA CONTA


A simples indicação do preço da energia na conta de luz – como pretendem os órgãos de proteção do consumidor – evidenciaria o absurdo da “cobrança por dentro”, ao contrário “da destinação para ICMS” que fazem para esconder o verdadeiro propósito da cobrança absurda. Claro que esta não é uma simples inferência: tudo que foi relatado consta – nos seus mínimos detalhes – da cartilha no syte da ANEEL sobre tarifas. Para a alíquota de 30% deverá ser utilizado o índice multiplicador 1.428571 Cálculo: Consumo (kWh) X valor da Tarifa por kWh (X,XXXXXX) = Valor do Importe Valor do Importe X 1.428571 (multiplicador) = Importe total Importe total X 30% (Alíquota de ICMS residencial) = Valor do ICMS cobrado.

ICMS É IMPOSTO COBRADO SOBRE O PRÓPRIO


“O ICMS que incide sobre a eletricidade é calculado por um critério chamado tributação por dentro, no qual a base de incidência do imposto inclui o próprio imposto”. Isso faz com que a tributação real seja maior que a alíquota do imposto indicada na conta. Por exemplo: uma alíquota de 25% de ICMS representa uma tributação real de 33,3%. Uma alíquota de 30% corresponde a uma tributação real de 42,8%”. Referência: Instituto Acende Brasil. A fórmula é simples: Tributação real= alíquota /(1- alíquota) Ver tabela a seguir: Alíquota/ Tributação real 20/25 25/33 30/43 40/67 50/100 70/30=233,33 O foco da redução de tarifas (28%) visa em primeiro lugar o grande produtor de eletro intensivos e siderúrgicos – sobre os quais não incide ICMS – que ameaçam fechamento de fábricas em busca de outros países com tarifa mais baixa (Alcoa, CSA). Em segundo lugar serve para dar destino ao excesso de eletricidade a ser gerado pelas novas usinas licitadas na Amazônia, para o qual não existe demanda. Estão mais próximos das usinas e da alta tensão, dispensando o custo adicional da distribuição. O que é sempre mais caro. A rigor, dispensam até linhas de alta tensão se forem confinadas a região amazônica. A redução de 28% na tarifa dos grandes consumidores – além de dar finalidade para o excesso da eletricidade gerada sem necessidade – vai permitir a estocagem local desta energia em forma de insumos básicos para, posteriormente, serem derretidos pela mesma energia no período seco. Não passa pela transmissão e distribuição do sistema, evitando a cobrança de ICMS em cascata pelas concessionárias. Este é o maior dos impostos, cobrado por dentro – como fazem os agiotas – isento no caso de exportação. Mas, podem receber royalties como compensação. Nos demais, o ICMS é cobrado 'por dentro', à maneira dos agiotas, ou seja, incide sobre ele mesmo. Já o PIS/COFINS – que é também cobrado ‘por dentro’ – tem por base o ICMS já cobrado, ou seja, é um imposto sobre outro imposto. Estes vão resistir.

REDUÇÃO FORÇADA DE TARIFAS


O maior responsável pelo alto preço das tarifas foram os governos ao impor encargos e tributos (45% da tarifa). Cabe a eles a retirada de alguns para que as tarifas baixem. Não intimidar empresas como faz a ANEEL. Qualquer punição, se houver, ocorrerá ao fim dos 3 anos restantes, no novo mandato. Vale a pena correr o risco, diante da avalanche de emendas à MP que já somam 431. A maioria das empresas comunicou aceitar a renovação, outras não (CEMIG): ambas pagam pra ver os resultados. Se não forem satisfatórios sempre terão a chance do arrependimento e aguardar o vencimento. Os riscos são menores. A energia utilizada na produção de produtos eletro intensivos e siderúrgicos no Sudeste vem de grandes hidroelétricas de regiões distantes da Amazônia, que não passa pela distribuição do sistema e, portanto, mais passíveis de redução. Na Amazônia já têm tarifas reduzidas. Agora que o preço dos minérios produtores de alumínio e ferro está em queda devido ao menor interesse da China e contando com o pacote de restrições à importação, vale a pena utilizar o excesso de eletricidade no sistema para produção destes bens, ainda que para a formação de estoques. Constitui um meio de incorporar energia que seria perdida de qualquer forma. Com isso, evita a saída de grandes empresas mineradoras em busca de outros destinos.

SINAL DE ALERTA


Estamos diante de um verão atípico imprevisível, como mostra claramente a atitude do ONS ao acionar térmicas preventivamente em outubro, quando tudo parecia correr bem. Agora – depois de quase 4 meses de térmicas funcionando plenamente – os reservatórios continuam esvaziando até atingir o nível mínimo, que é quando deveriam estar iniciando. Mesmo com a permanência de térmicas ligadas pelo ano todo não há mais tempo para enchimento neste verão que está terminando. Chegaremos ao próximo verão com os mesmos problemas de reservatórios. Isto não é nada “normal”. A situação difere daquela de 2001: apagão seguido de racionamento por falta de energia. Hoje, sobra energia hidroelétrica – segundo o próprio ONS – e existe alternativa térmica, eólica e de biomassa, mas falta chuva para encher os poucos reservatórios. A demanda cresceu e o sistema se tornou mais complexo: precisa haver redundância de linhas para reduzir o risco no transporte de energia distante ou falta gás para acionar termoelétricas.

GERAÇÃO EXPONTÂNEA


GERAÇÃO EXPONTÂNEA Reconhecer a gravidade do momento é a maneira de atrair a colaboração dos empresários – que já estão bastante motivados – para a geração distribuída, cada qual gerando sua própria energia. Com ajuda dos empresários – que já estão adquirindo grupos de reserva – a complementação poderia ocorrer mais facilmente, sem o recurso de novas licitações. Os dispêndios públicos com térmicas de complementação poderiam ser menores quando compartilhados com as empresas, ao invés de ficar na defensiva do sistema elétrico. Estamos diante de um verão atípico imprevisível, como mostra claramente a atitude do ONS ao acionar térmicas preventivamente em outubro, quando tudo parecia correr bem. Mesmo com a permanência de térmicas ligadas pelo ano todo não há mais tempo para enchimento neste verão que está terminando. Chegaremos ao próximo verão com os mesmos problemas de reservatório. Isto não é nada “normal”. Pode muito bem estar ocorrendo um fenômeno climático semelhante ao ocorrido em 1953/56 – Período Crítico – que serviu de base para o projeto do SIN, agravado agora com as mudanças climáticas. Realmente a situação difere daquela de 2001: apagão seguido de racionamento por falta de energia. Hoje, sobra energia hidroelétrica – segundo o próprio ONS – e existe alternativa térmica, eólica e de biomassa, mas falta chuva para encher os poucos reservatórios. A demanda cresceu e o sistema se tornou mais complexo: precisa haver redundância de linhas para reduzir o risco no transporte de energia distante ou falta gás para acionar termoelétricas. Térmicas existem a vapor, de baixo rendimento – verdadeira reminiscência arqueológica da revolução industrial – que combinadas com térmicas a gás pode levar a economia de combustível fóssil e aumento do rendimento conjunto (cogeração). Assim como ousou rever concessões e reduzir encargos sobre tarifas – uma ação constrangedora para suas próprias empresas – deveria condicionar a redução a uma contrapartida daquilo que foi um pedido dos próprios empresários (da FIESP), ou seja: a aquisição de térmicas de reserva.

OUSAR AINDA É PRECISO


OUSAR AINDA É PRECISO O governo erra ao transmitir uma mensagem de segurança que não existe. Ao invés de ficar na defensiva do sistema elétrico, faria melhor dizer que o momento é grave “mesmo” e que estamos diante de um verão atípico imprevisível, como mostra claramente a atitude do ONS ao acionar térmicas preventivamente em outubro, quando tudo parecia correr bem. As usinas de fio d'água da Amazônia são extremamente baratas justamente pelo fato de dispensarem reservatório e extensa barragem. Conta apenas o custo de equipamento que são turbinas de bulbo submersas de pequenas dimensões em grande número de unidades como as de Jirau e Santo Antônio Agora – depois de quase 3 meses de térmicas funcionando plenamente – os reservatórios continuam esvaziando até atingir o nível mínimo, que é quando deveriam estar iniciando. Mesmo com a permanência de térmicas ligadas pelo ano todo não há mais tempo para enchimento neste verão que está terminando. Chegaremos ao próximo verão com os reservatórios quase vazios. Isto não é nada “normal”. Pode muito bem estar ocorrendo um fenômeno climático semelhante ao ocorrido em 1953/56 – Período Crítico – que serviu de base para o projeto do SIN, agravado agora com as mudanças climáticas. Com ajuda dos empresários que já estão motivados a complementação poderia ocorrer mais facilmente, sem o recurso de novas licitações. Os dispêndios públicos com térmicas de complementação poderiam ser menores quando compartilhados com as empresas.

LEILÃO PORTUGUÊS


LEILÃO PORTUGUÊS Usinas térmicas bem como jazidas de minérios não são bens públicos que devam ser devolvidos ao fim da concessão. O prazo termina com o esgotamento do recurso. No caso de térmicas o objeto da concessão é o serviço da queima do gás, que se esgota no ato mesmo da queima do combustível. A usina térmica em si custa pouco capital (juros). O que realmente conta é o custo do combustível e o serviço (custos variáveis). Neste caso o prazo de construção é curto, de forma que a concessão pode ser renovada por breves períodos de acordo com os leilões de energia (leilão português)*, muito mais práticos do que as licitações de usinas hidroelétricas e reservatórios. *Sobre o piano: “os alemães constroem, os franceses tocam e os outros carregam”.

CONTINGÊNCIAS DO CLIMA


A presidente conhece bem o SIN e sabe perfeitamente que antes de baixar, a tarifa ainda vai ter de subir pela contingência do clima, dada a necessidade do acionamento de térmicas e pelo ineficiente uso da energia final. Não faz mesmo sentido aproveitar-se das vantagens de um sistema elétrico tão bem conduzido – por mais de meio século – para embutir na tarifa encargos e tributos que não fazem mais sentido. Contrariamente aos dois últimos presidentes que fizeram “vista grossa” renovando contratos de concessões – Lula e FHC – a presidente teve a ousadia de mexer com coisas sagradas como a renovação automática das concessões. Usa o artifício da antecipação para induzir as empresas a reduzir o preço da energia mesmo com a recusa de algumas empresas de Minas, S. Paulo e Paraná, o que é mera coincidência (Cemig, Cesp e Copel). Mesmo que as térmicas tenham de permanecer ligadas por mais tempo e as tarifas permaneçam elevadas a presidente está determinada a levar adiante o processo de redução. Qualquer redução implica em queda automática do ICMS e os estados vão ser os primeiros a opor resistência. Redução de 16% para os consumidores comuns e 20% para o consumo industrial pode parecer pouco, mas é um bom começo. “Nunca antes...”, um presidente – qualquer deles – tomou a iniciativa há tanto tempo esperada. Mesmo que de forma autoritária e com os possíveis prejuízos para a qualidade técnica vale a pena a discussão da MP 579

PRIVATIZAÇÃO COMEÇA COM AUMENTO DE COMBUSTÍVEIS


PRIVATIZAÇÃO COMEÇA COM AUMENTO DE COMBUSTÍVEIS A presidente está obstinada em levar adiante as privatizações como tem demonstrado na pressa em privatizar obras de infraestrutura. Sem rodovias, novas ferrovias e portos e sem subsídios o agronegócio e mineração não se sustentam. Só falta o aumento no preço dos combustíveis que está subsidiando o consumo dos carros incentivados. A renovação dos contratos de usinas vincendas acontece em um momento delicado em que a falta de gás e diesel para acionamento de térmicas pode levar a risco de apagões inesperados se o nível dos reservatórios continuar baixando. Os apagões sucessivos – que têm razões estruturais – poderá levar a conclusão equivocada de que falta energia. Energia existe – em excesso segundo o ONS – o que falta é linha para que o sistema seja mais conectado e não há tempo hábil para que sejam construídas a tempo. Isso pode levar ao aumento do gás, gasolina e diesel mais cedo que o esperado.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

RESERVAS DO CAMPO DE FRANCO PODEM SER MAIORES


PODEM SER MAIORES DO QUE AS DE LIBRA Se o poço de Franco sozinho tem reserva igual ou superior ao de Libra – pelo qual a Petrobras também já pagou – significa no mínimo 8 bilhões de barris, ou 5 bilhões a mais do que foi comprometido na capitalização de 2010. Isto pode trazer complicações a já longa e difícil agenda que envolve Petrobras e o governo em torno da renegociação dos contratos de “Cessão Onerosa”. Para ficar com o excedente de 5 bilhões de Franco a Petrobras teria que pagar exatamente o mesmo que pagou na capitalização, isto é: US$42.5 bilhões – a prevalecer o mesmo preço do barril fixado em US$8.51. Ao invés disto, a ANP retomou o campo de libra e o está leiloando. É algo inédito no mundo. Nem Stalin faria isso. “A Petrobrás não foi ressarcida das perfurações de Libra e Franco e nem é isso o que se busca, mas tal fato corrobora a afirmativa de vários diretores de que Libra fez parte da cessão onerosa”. Se as reservas são maiores do que a Petrobras dá conta de explorar e o governo está mais interessado no bônus de assinatura do que em resultados futuros, uma solução é angariar recursos em parte do Pré-sal no regime de concessão – cujo bônus de assinatura é maior – e utilizar estes recursos na exploração do campo de Libra recém leiloado. “Na prática um bônus de assinatura maior é mais compatível com o regime de Concessão, no qual o governo nacional privilegia a antecipação de receitas e não se preocupa com a otimização da produção e da arrecadação de longo prazo. O valor de bônus fixado pode expressar a opção por maximizar a arrecadação de curto prazo e também reduzir a atratividade do leilão de um campo, a princípio, muito promissor como é o caso de Libra. Bônus de assinatura alto também comprometeria mais a disponibilidade de caixa da Petrobras”. Fonte: Thales Viegas, Blog Infopetro.

QUEM PROTEGERÁ NOSSOS PROPTETORES?


No congresso políticos gagás que já perderam o contato com a vida moderna fingem-se de indignados com os “atentados à soberania”, mas ninguém lhes dá ouvidos. Acabam por se render ao poder central que governa por decreto e medidas provisórias – uma herança da ditadura – que a constituinte cidadã manteve intacta. Nestes tempos de populismo, políticos de mais de 60 anos correm o sério risco de extinção. Por isso aderem como “cracas” ao casco grande navio. Vide vice-governador ubíquo da oposição e – ao mesmo tempo ministro da situação. Isto é o populismo da base de sustentação do governo de coalisão: uma fauna exótica de políticos das mais diversas origens, religiões e ideologias, do centro, da direita e esquerda – cada qual com sua quota nos ministérios e secretarias – todos sob o comando da presidente que reina soberana por decretos e medidas provisórias. “Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, E a ela só por prémio pretendia”.

GLOBALIZAÇÃO E DIVERSIDADE


GLOBALIZAÇÃO E DIVERSIDADE O sistema de produção não é mais constituído por uma cúpula restrita e uma imensa massa indiferenciada de países consumidores dos produtos de países industrializados do tempo subsequente à revolução industrial. As especializações se distribuem completamente por ampla gama de diversidade que não permite mais o antagonismo mortal das guerras de conquista. Núcleos familiares latifundiários e autossuficientes explodiram diante da urbanização e industrialização crescentes, levando os países às mais variadas e estranhas composições e engajamentos, destruindo os interesses de pequenos grupos dominantes. Afastado o perigo das guerras destrutivas e da explosão populacional os países não necessitam mais ficarem confinados dentro dos estreitos limites do nacionalismo e autossuficiência. A cooperação exige a complementação das aptidões de cada participante. Quanto mais diferentes, mais chances terão de se complementarem. O próprio contato entre países de crenças e ideologias treina-os para autonomia e cooperação e os predispõem para a aquisição de uma maior cultura, superior e universalizadora, sem que precisem abdicar de suas próprias. A variedade de países e suas qualidades específicas tornarão a competição sem efeito, senão impossível. A cooperação é um estágio superior que permitirá a humanidade alcançar um nível maior de operacionalidade que foi privilégio de uns poucos grupos de elite. Mas, não é imprescindível que precisem abrir mão de sua cultura própria.

COOPERAÇÃO DÉCADA DE 50


COOPERAÇÃO DÉCADA DE 50 A extrema especialização tornará cada país tão singular e único que em vez da competição haverá cooperação. Em alguns países em desenvolvimento como o Brasil, a cooperação ocorreu na década de 50, no setor automotivo. Nos dois casos citados os benefícios são evidentes para ambos os participantes. Tornar-se igual exige esforço competitivo para desenvolver idéias inovadoras. Entretanto, a cooperação atual e passada é um desmentido à convicção de que só a confrontação egoísta e voraz motiva os países para a produtividade. Tornando-se especialista, tudo aquilo de que um país necessita encontrará no mercado, vendendo o seu produto, especial e único, o qual será o complemento de outros. O mercado é neutro: não impõe condições. A ida ao mercado é uma decisão interna de cada um.

SIMILARES COMPETEM


Para haver competição é preciso haver similaridade entre adversários (países industrializados) e objetivos coincidentes (venda de produtos tecnológicos), fato comprovado pela experiência das guerras destrutivas do século passado em busca de mercado para os países conflitantes. A experiência mostra tambem a existência de uns poucos países similares e uma grande quantidade de países diferentes, o que quer dizer: geralmente, existem mais formas de ser diferente do que semelhante. A competição realçou as diferenças. Mas, como podem os países se tornar mais diferentes ainda? A resposta é simples: tornando-se especialistas. A especialização dos países certamente acompanhará a especialização ocorrida entre indivíduos no interior de uma sociedade, como bem demonstra a experiência de cooperação dos países industrializados com o Leste Asiático.

RESERVAS EM EXCESSO NOS EMERGENTES


Após todas estas intervenções, o Fed assumiu uma postura totalmente inaudita em toda a sua história: ele simplesmente passou a comprar todos os títulos hipotecários em posse dos bancos. Ou seja, ele passou a imprimir dinheiro e dar aos bancos em troca dos títulos hipotecários em posse destes bancos. Isso limpou o balancete dos bancos e fez com que a base monetária explodisse. No entanto, e felizmente, todo este aumento da base monetária não se converteu em expansão do crédito. Ou seja, os bancos não jogaram este dinheiro na economia. A quase totalidade do aumento da base monetária transformou-se em "reservas em excesso". "Reservas em excesso" são as reservas que os bancos mantêm voluntariamente depositadas junto ao Fed, além do volume determinado pelo compulsório. Leandro Roque.

A GLOBALIZAÇÃO É UM FENÔMENO IRREVERSÍVEL.


A GLOBALIZAÇÃO É UM FENÔMENO IRREVERSÍVEL. Já está acontecendo no setor primário, por iniciativa dos países em desenvolvimento, ao tomarem decisões por sua própria conta. O Programa do álcool brasileiro é um bom exemplo. A cooperação de empresas transnacionais com os países em desenvolvimento propiciou enormes benefícios para ambas as partes com o que os países em desenvolvimento puderam crescer mais.

SURRADA FÓRMULA KEYNESIANA


LENIÊNCIA COM A EMISSÃO O FED foi leniente com a emissão de moeda “a partir do nada”, uma característica dos governos do Partido democrático, Carter, Clinton – incluindo W. Bush – que praticaram a SURRADA KEYNESIANA FÓRMULA para tirar o país da imobilidade. Isso só atrasou a fim da recessão e

PORQUE NÃO HOUVE INFLAÇÃO?


Porque não houve inflação se houve emissão de moeda para socorrer os bancos? A resposta é fácil: A despeito da elevada emissão de moeda, durante anos a baixa inflação americana foi decorrência da capacidade da China de exportar produtos mais baratos do que americanos conseguiam produzir. Se a quantidade de moeda permanecesse a mesma sobraria mais dinheiro aos consumidores para compra de outros bens, cujos preços se elevariam pela maior demanda, e assim o equilíbrio seria restabelecido. Isto foi o que realmente aconteceu com os preços do petróleo, ouro e outras comodities. Caberia ao FED manter a quantidade de moeda e a inflação estaria contida. Entretanto, o FED fez justamente o contrário: “PASSOU A IMPRIMIR DINHEIRO E DAR AOS BANCOS EM TROCA DOS TÍTULOS HIPOTECÁRIOS EM POSSE DESTES BANCOS. ISSO LIMPOU O BALANCETE DOS BANCOS E FEZ COM QUE A BASE MONETÁRIA EXPLODISSE.”(ONDE ESTÁ A INFLAÇÃO..., LEANDRO ROQUE, DO INSTITUTO VON MISES)

COMO SE FORMA UMA BOLHA?


Segundo Meireles, foi um processo de alta liquidez e juros baixos que permitiu ao FED uma política de incentivo ao consumo e ao crédito com inflação sobre controle. Isso, só foi possível graças à capacidade da China de exportar produtos de baixo preço. Mas, foi a grande riqueza gerada pela cooperação com os países asiáticos o responsável pela alta exagerada das ações das empresas multinacionais, especialmente as de internet no fim dos anos 90 que levou os EUA a recessão, – devida a perda patrimonial dos prejudicados na bolsa – e que motivou o afrouxamento da política monetária. A operação teve sucesso, mas o excesso de liquidez fez outros ativos subirem exageradamente no mercado imobiliário. Quando a bolha estourou houve paralização dos mercados de crédito e investidores em geral. Aí, sim tivemos uma crise global.

A GLOBALIZAÇÃO É UM FENÔMENO IRREVERSÍVEL.


A GLOBALIZAÇÃO É UM FENÔMENO IRREVERSÍVEL. Já está acontecendo no setor primário, por iniciativa dos países em desenvolvimento, ao tomarem decisões por sua própria conta. O Programa do álcool brasileiro é um bom exemplo. A cooperação de empresas transnacionais com os países em desenvolvimento propiciou enormes benefícios para ambas as partes com o que os países em desenvolvimento puderam crescer mais.

O FENÔMENO DA GLOBALIZAÇÃO


Igual no fenômeno da globalização: a cooperação ocorreu espontaneamente a revelia dos governos dos países industrializados e a despeito das ideologias, crenças e religiões. Para haver competição é preciso haver similaridade entre adversários (países industrializados) e objetivos coincidentes (venda de produtos tecnológicos), fato comprovado pela experiência das guerras destrutivas do século passado em busca de mercado para os países conflitantes.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

APAGÕES E APAGUINHOS


Irritada com termo “apaguinho” utilizado pelo ONS, a presidente erra no diagnóstico: “o apagão de 2001 ocorreu por falta de energia, tanto que houve racionamento e o governo da época foi obrigado a adquirir térmicas – ás pressas – para suprir deficiência na regulação por reservatórios”. Mas, e quanto ao apagão de 2009 quando a presidente era ministra? Também foi por falta de energia? O diagnóstico correto é do professor Goldemberg. O governo do ex-presidente incidiu no mesmo erro que tanto criticou com relação ao governo militar: o da concentração em empreendimentos de grande porte. Hoje, há sobra de energia do tipo elétrico – segundo o próprio operador do sistema – e mal distribuída, com escassa transmissão, concentrada em empreendimentos de grande porte em longas distâncias.

LEILÃO E MINERAÇÃO SÓ DEPOIS DA APURAÇÃO


A presidente da Petrobras está implorando o realinhamento do preço dos combustíveis: realiza a façanha de importar combustível mais caro do que vende, inclusive a aberração de importar álcool de milho sem barreiras, enquanto usineiros exportam álcool de cana premiado. Ainda acredita, por dever de ofício, no “conteúdo mínimo” das sondas que está esperando chegar de Singapura. Quem ainda tem ações da Petrobras ou é patriota ideológico ou tem medo de perder o emprego no BB,CX ou Petrobras: os estrangeiros estão abandonando a área. Leilões do Pré sal só em 2013, em novembro; Do Pós sal e terrestres só em 2013 (maio). “Leilão e mineração, só depois da apuração” (Alkimin, o outro) Com a construção de novas usinas com pequenos reservatórios, é preciso, com urgência, desenvolver um modelo hidrotérmico no Brasil. Somente com usinas térmicas é que conseguiremos firmar a energia das novas hidrelétricas. O Brasil, como a descoberta do pré-sal e o desenvolvimento de campos em terra, será um grande produtor de gás natural. Portanto, é fundamental que se desenvolva um modelo hidrotérmico onde o gás possa entrar na base do sistema, com a construção de usinas na chamada boca do poço e outras consumindo GNL.

VISÃO DE SISTEMA


Ha várias maneiras de “ver” a mesma realidade. Hidroelétricas de fio d’água permitem as duas coisas: – Suprir necessidades do SE e Centro-oeste com energia complementar da Amazônia, como pretendem os planejadores do sistema. Tanto geração como transmissão tem baixo custo. Mas, a interligação por si só não produz ganho de sinergia porque as bacias não são integradas. A energia a ser transferida pode não estar disponível em ocasião de acidentes climáticos. O mais difícil é a gestão do custoso processo da distribuição que traz mais custos que benefícios. – Produzir eletro-intensivos é uma forma disfarçada de armazenar energia de águas que seriam vertidas de qualquer modo. O processo é direto e localizado: pode ser feito em baixas tensões, dispensando transmissão e distribuição. A Presidente está certa em baixar em 28% o custo das hidroelétricas distantes, as únicas possíveis, que não entram no sistema. Mas isso vai levar ao uso indevido do excesso de eletricidade em atividades nas quais o uso de eletricidade é ineficiente, sem as mínimas condições de concorrer com asiáticos que dominam o contexto da produção de alumínio e aço. Estocar lingotes com energia incorporada constitui “dumping” aos produtos chineses.

HÁ CONCENSO ENTRE OS TÉCNICOS


Nós temos o pré-sal, o Brasil tem uma fonte magnífica, consegue com isso gerar térmica com ciclo combinado a um custo competitivo, tranquilamente. Não é o nosso problema. Muito pior está na Europa, que não tem mais [jazidas de] gás, só GNL, enquanto nós temos aqui a fonte de produção. Eu acredito que vai ser construído no país um segundo Plangás, se Deus quiser, seja Petrobras, seja com a diversificação da Lei do Gás, para ter segurança operativa, precisamos de um segundo Plangás, com esse crescimento da carga que eu acredito que vamos ter. Com esse crescimento acelerado, vamos precisar de mais térmicas para um crescimento mais seguro. Há consenso entre técnicos (COPPE, ONS, GESEL, etc) e especialistas (CBIE) de que sobra energia e faltam linhas que requerem modernização e manutenção, algumas inéditas em tensão superior às existentes que sequer foram ainda experimentadas, a exceção de algumas linhas na China em 1 milhão de volts, corrente contínua e capacitor série. Térmicas estão sendo acionadas mais por precaução com o clima. Mas, existirá gás em quantidade suficiente para acioná-las se o risco permanecer frequente como agora? Por tudo isso, nada justificou o atraso da 11ª rodada exploratória de para maio de 2013 a não ser o momento eleitoral.

SISTEMA ÚNICO HIDROELÉTRICO


Se não há infraestrutura para desembarcar gasolina e gás mais caros – importados para evitar o “outro apagão” – muito menos haverá para a exploração propriamente dita que é assunto para um futuro remoto. `A Presidente cabe a última palavra sobre lei de divisão dos royalties recém aprovada. Certamente vai vetar parcialmente, preservando os direitos dos estados produtores, como fez o ex-presidente, sem risco de rejeição. Seja com um novo projeto mais elaborado ou persistência do projeto antigo já votado 5 vezes, a tramitação recomeça e acabará desembocando no Supremo. Isso é tudo que a Presidente quer: a discussão arbitrada pelo Supremo e no fim, imprimir a sua decisão, como tem procedido até aqui. Quanto mais se envolver mais tem a perder. “É uma temeridade expandir esse volume de hídricas, sem complementariedade térmica: Não tem milagre, não tenho dúvidas, evidentemente, apesar de ser térmica, vamos diversificar a matriz, com biomassa etc, mas também com térmica com custo variável competitivo, que são as a gás(ONS)”. Com a perda de regularização, a complementariedade térmica é inevitável, se quisermos manter o padrão de segurança que se tem hoje. Senão, vai deteriorar de novo [as condições de abastecimento]. Cada vez mais vamos gerar térmicas, não é preciso ser especialista. A carga cresce, não se guarda mais água, não tem jeito, tem que ser geração previsível, com complemento térmico, para se manter o padrão de segurança.

NÃO EXISTEM SISTEMAS HIDROELÉTRICOS INVULNERÁVEIS


Não existem sistemas hidroelétricos invulneráveis a risco, como se fosse possível e desejável um sistema de risco zero. Evidentemente isto é um absurdo. Ninguém que estude seriamente o problema considera o risco zero como estado de coisas desejáveis e possíveis. O preço da garantia é o superdimensionamento. A manutenção de “energia garantida” é muito dispendiosa por sua inerente dependência do clima. É um luxo somente permitido aos países industrializados. A forma natural de ter 100% de “energia garantida” é através de fontes térmicas porque nestas o combustível já constitui um estoque de energia, disponível a qualquer tempo, independente de condições climáticas. Desta vez, as termoelétricas foram ligadas por precaução, dado o nível baixo dos reservatórios e o suprimento foi restabelecido prontamente. Com os contínuos incentivos e chegada do fim de ano o consumo cresce e agora as térmicas estão sendo acionadas por precisão mesmo e não mais por precaução, atingido o limite máximo (8000 Mw). Deve perdurar, mesmo chovendo, dado que o enchimento é lento. Isso leva a importação de gás mais caro. A falta de infraestrutura já está provocando escassez de combustíveis no norte e nordeste. É inevitável um apagão de combustíveis. 8 mil Mw de térmicas – correspondente a 2/3 da energia de Itaipu em Mw médios – é um Record histórico , segunda a presidente da Petrobras. Juntando outras térmicas ligadas no restante do sistema é forçoso reconhecer que o sistema já está na fase hidrotérmica e que não se pode esperar mais dos reservatórios , cuja capacidade chegou ao fim.

APAGÕES ACONTECEM NAS MELHORES EMPRESAS


“Apagões e inconfidências acontecem nas melhores famílias” da comunidade europeia, não é privilégio de países subdesenvolvidos como atesta a maior frequência nos Estados Unidos, cuja distribuição de energia é regionalizada e cujos efeitos são naturalmente restritos, ao contrário do Brasil que tem um sistema único interligado. Os técnicos da Eletrobrás — que foram extremamente eficientes ao projetar o Sistema Elétrico Brasileiro — já tiveram que lidar com problema semelhante de manter “energia garantida” em sistemas predominantemente hidroelétricos. Sistemas como este são naturalmente inseguros pela inerente dependência do fator tempo (clima) que constitui fenômeno probabilístico imprevisível. Não podendo contar com térmicas — indisponíveis na época para aumentar a confiabilidade — a estratégia de sucesso utilizada foram os reservatórios de acumulação, com evidente antecipação de investimentos e endividamento externo. Este, o preço pago pela intuição dos técnicos: o superdimensionamento. Projetam agora alongar a vida de um sistema de fonte única hidroelétrica ao repetir na Amazônia a mesma estratégia de sucesso utilizada no Sudeste com o emprego de reservatórios de acumulação. Sabidamente os potenciais de fio d’água da Amazônia não produzem estoques de energia, por isso a interligação elétrica por si só, não transfere estoques simplesmente porque não há estoques para transferir. As linhas de interligação com o Sudeste serão vias de mão única capazes de transportar unilateralmente estoque de energia do Sudeste — cujo campo gravitacional é muito mais eficiente — para o Norte, que não é aquela maravilha imaginada pelos brasileiros. Na direção contrária os “linhões” transportarão potência, ou energia instantânea gerada pelas enchentes do período chuvoso da Amazônia por usinas de fio d’água. A interligação com o Norte só agrava os riscos operacionais de um sistema inerentemente inseguro pela sua elevada concentração. Como afirma Friedman, “nada é de graça”: assim como não existe meio ambiente impoluto não haverá sistema elétrico invulnerável a riscos.

APAGARAM O CANDIEIRO E DERRAMARO...


Apagões vão continuar e isso não é nenhuma calamidade. Não será apenas por ineficiência, falta de manutenção e fiscalização. O problema é estrutural: Não falta energia. Falta redundância em linhas de transmissão e custa pouco para o sistema ser mais conectado e ter mais caminhos alternativos. Não tão conectado quanto a Internet, é claro, que transporta apenas sinal (todos conectados a todos). Os custos poderiam ultrapassar os benefícios. Por mais interligado que seja o sistema, ninguém que pense seriamente sobre o assunto considera o risco zero como estado de coisas desejável e possível. Evidentemente isto é um absurdo. Assim, também qualquer reservatório — por diminuto que seja — produz prejuízo ambiental por alagamento. Só usinas térmicas oferecem garantias plenas de suprimento porque são depósitos de energia potencial disponível a qualquer hora, independente do clima. Tem baixo custo de capital e operação tendo o gás e o etanol como subprodutos da exploração do petróleo e cana de açúcar. Mas o risco dos sistemas majoritariamente hidroelétricos não depende do clima apenas nos aspectos de manutenção de “energia garantida” – de menos ou de mais energia – mas dos acidentes que o clima pode produzir sobre as linhas de transmissão como furacões, raios e tempestades. Quanto maior a quantidade de caminhos alternativos, menor o risco no transporte e isolamento de grandes blocos. O que realmente falta para o sistema elétrico do Sudeste ter mais segurança operativa são caminhos alternativos por onde a energia fluir em quantidades menores. Enquanto prevalecerem os corredores de transporte otimizado o sistema continuará inseguro.

O PROBLEMA É ESTRUTURAL


A região amazônica tem abundância de potenciais médios para complementar – localmente – usinas térmicas a combustível fóssil, que, subutilizados, são extremamente baratos. Ou, oleodutos de gás suficientes para acionar térmicas a gás complementares de hidroelétricas locais ou ainda, combinadas de térmica a óleo em geração distribuída. O que não se justifica é a concentração em empreendimentos de grande porte que requer linha extensa de transmissão de elevado risco e custo ambiental. Não será apenas por ineficiência, falta de manutenção e fiscalização. O problema é estrutural: que requerem modernização e manutenção, algumas inéditas em tensão superior às existentes que sequer foram ainda experimentadas, a exceção de algumas linhas na China em 1 milhão de volts, corrente contínua e capacitor série. Térmicas estão sendo acionadas mais por precaução com o clima. Mas, existirá gás em quantidade suficiente para acioná-las se o risco permanecer frequente como agora?

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA É A SOLUÇÃO


A GERAÇÃO DISTRIBUÍDA EUA e Europa vêm incentivando ao máximo a geração distribuída, próxima à carga. Isso evita o crescimento desmesurado da malha de transmissão e, por conseguinte, de seu custo e risco respectivo. No Sudeste acontecerá naturalmente como forma de fugir ao controle burocrático imposto pelas distribuidoras. Não é a toa que os donos de estabelecimentos sejam “incentivados” a instalar geradores de reserva, o que é uma evidência da necessidade de térmicas complementares nos períodos de pico de demanda, ou seja: o privado se antecipando ao público. Em um momento em que o governo busca reduzir tarifas de eletricidade 4 apagões ocorrem em menos que 2 meses. Agora o quinto por motivos prosaicos. Todas as Térmicas são acionadas mais por precaução com o clima porque os reservatórios não dão conta da regulação. Mas, não falta energia. Pelo contrário há excesso de eletricidade segundo o ONS. Falta redundância de linha de transmissão para o sistema ser mais conectado e ter mais caminhos alternativos.

PREVISÕES MÁS PARA 2014


PREVISÕES DE 2014: “Pode muito bem estar ocorrendo um fenômeno climático semelhante ao ocorrido em 1953/56 que serviu de base para o projeto do SIN, agravado agora com as mudanças climáticas. Estamos diante de outro verão atípico imprevisível, como mostra claramente a atitude do ONS ao acionar térmicas o ano todo de 2013 de forma permanente. Mesmo com a permanência de térmicas ligadas pelo ano todo chegaremos ao próximo verão com os reservatórios quase vazios. O acionamento de térmicas pode se tornar permanente diante da carência de locais para novos reservatórios”.

APAGÕES PREVISÍVEIS


Apagões se sucedem pela perda de qualidade técnica segundo alerta Pingueli Rosa. Equipamentos e linhas são antigos e requerem remuneração adequada. Mudanças na legislação acabam afugentando os investidores ou a redução dos melhores quadros técnicos das empresas. Não será apenas por ineficiência, falta de manutenção e fiscalização. O problema é estrutural: Não falta energia. Falta redundância de linha de transmissão para tornar o sistema mais conectado e ter mais caminhos alternativos.

O SISTEMA JÁ É HIDROTÉRMICO


NÃO HÁ MAIS RISCO: AGORA É CERTEZA Termelétricas já fornecem mais de 1/3 da energia (Kwhora) e em breve será ½ a 1/2. O problema hoje é estrutural: Não falta energia segundo o próprio Operador do Sistema. Falta redundância de linha de transmissão para tornar o sistema mais conectado e ter mais caminhos alternativos por onde fluir grandes blocos de potência de usinas distantes. O Sistema se tornou vítima do seu próprio gigantismo. O que há é “certeza” do desabastecimento que o governo já admite. Admitir não é o bastante. É preciso planejar a subdivisão em sub-sistema isolados rumo à geração mais distribuída; convocar estados e empresas – que são partes intessadas – na produção da sua própria energia . Se foi uma prosaica queimada que isolou Tucuruí de Serra da Mesa e derrubou o sistema, como vai ser possível fiscalizar 2000 Km de linha em plena selva amazônica?

ENERGIA SECUNDÁRIA


A expansão de um sistema puramente hidráulico gera um subproduto chamado energia elétrica secundária, ou seja, aquela parcela cuja disponibilidade não se garante 95% do tempo. Essa energia pode ser entendida como o preço que se paga ao se expandir o sistema através de fontes hídricas. Assim, a disponibilidade crescente de energia secundária acaba viabilizando economicamente a entrada de usinas térmicas. Ela entra no sistema interligado transformando parte dessa energia elétrica secundária em energia garantida, pois complementaria a geração até atingir os 95% de garantia. APAGÕES COM SOBRA DE ENERGIA Agora não tem desculpa. Não há risco: agora é a certeza de vai aconmtecer e vamos ter de preparar o racionamento. Não foi nenhuma entidade má que não fez chover. É um fenômeno natural que já aconteceu pior (1953/56) quando a demanda era pequena e podia ser garantida por mais de 6 anos. Não há nada de extraordinário. Apagões acontecem e nem é por falta de energia. Mesmo com as térmicas ligadas o tempo todo os reservatórios não se encheram devidamente e todas as térmicas permanecem ligadas para não repetir o esvaziamento de 2012. Hoje, 2 verões sucessivos de pouca chuva, quentes e secos, representam maior risco do que quando o sistema iniciou com 4 anos seguidos de anos secos. Reservatórios no Rio Grande, Paranaíba e São Francisco – construídos com grande antecedência – tinham reservas para 6 anos, só com hidroelétricas. Assim, a disponibilidade crescente de energia secundária acaba viabilizando economicamente a entrada de usinas térmicas. Daqui pra frente funcionarão na base de um sistema hidrotérmico.

BIS NA REDUÇÃO DE IPI


O governo repete a mesma receita que deu certo em 2010: baixa IPI, da linha branca e dos automóveis e taxa os importados em 30%. O Brasil só tem na pratica a Argentina como maior mercado para manufaturas. Absorve 40% de nossas vendas. Na Argentina é igual: o mercado brasileiro absorve 40% de suas exportações de manufaturados. Em ambos predominam veículos, 45%. Os demais setores são ocupados pelos asiáticos, mais pela China. A única coisa que sobra são os veículos que resistem pela proteção e não porque são melhores. Alguém imagina que se possa vender e comprar as mesmas commodities em que somos competidores? É concebível a integração comprando e vendendo soja e carne bovina uns aos outros? Ditado caipira: “fazer sociedade com pobre é o mesmo que pedir esmola pra dois”.

DOENÇA HOLANDEZA


DOENÇA HOLANDEZA Contar com a providência divina para o sucesso alcançado no setor energético – petróleo e eletricidade – revela subdesenvolvimento, alem de um menosprezo pela capacidade dos nossos técnicos. Explorar petróleo para exportação e repartir riqueza é coisa que republiquetas e países árabes já vêm fazendo há muito tempo e nada indica que tenham melhorado a vida de seu povo. A grande riqueza está mais é no talento e esforço dos nossos profissionais para alcançar – palmo a palmo – o estado atual do sistema energético. A estratégia – que produziu tanto resultado eleitoral – deve ser repetida agora para atrair novos acionistas e empresas nacionais e multinacionais para que venham compartilhar os riscos e perdas da exploração do petróleo e energia elétrica.

O COMPLEXO DE VIRA-LATAS


O Sistema elétrico brasileiro – bem como o Pré-sal – não é nenhuma “dádiva de Deus que vai permitir o resgate da imensa dívida social...ete e etc”. Mas, é fruto da experiência adquirida ao longo do último ½ século de aprendizado com as empresas canadenses e petrolíferas. Hoje, o Brasil dispõe dos melhores técnicos e empresas do setor de energia elétrica e térmica. Falta apenas completar a rede de gasodutos em paralelo ao sistema elétrico de modo a constituir um todo: O ‘Sistema Energético Nacional’, que constitui o cerne ao qual serão ancoradas as diferentes fontes de energia, seja potencial das águas, seja a cinética das águas e dos ventos, seja da energia química dos combustíveis. O importante é que este sistema não tenha dono nem seja monopólio de nenhuma empresa em particular, mas de um Pool de empresas gerido por um colegiado com a participação de todas, tal como é a gestão do Sistema elétrico interligado pelo Operador Nacional do Sistema.

A VERDADEIRA COGERAÇÃO


A verdadeira cogeração é a utilização de usinas de ciclo combinado, através de termoelétricas a gás ou álcool associadas na mesma planta, com pleno aproveitamento da energia calorífica do combustível: - Energia eletro-mecânica útil no eixo do conjunto turbina-gerador. - Energia calorífica – considerada como perdas nos gazes de escape - utilizado para economizar bagaço que, por sua vez, é reservado para fins mais nobres. No sul e cerrado mineiro o bagaço de cana tem sido usado na fabricação do rico composto orgânico fermentado com sobras de café despolpado e vinhoto por via úmida que, lançado nos rios constituem severa ameaça ao meio ambiente. No mais das vezes é utilizado como cama de aviários, pocilga e confinamento de bois. Em última instância, como cobertura morta de pastagens degradadas. As atuais usinas de cana de açúcar e álcool deveriam passar por um processo de modernização para que o produto se torne competitivo. Por exemplo, os veículos, inclusive comboio de treminhões, deveriam ser mais leves e a etanol de fabricação própria, para justificar sua economicidade. No entanto os veículos continuam obviamente sendo abastecidos com diesel subsidiado.

BAGAÇO DE CANA É O COMBUSTIVEL QUE TODOS REGEITAM


O que realmente importa e precisa também ser levado em conta é o custo de capital de instalações e equipamentos que permanecem ociosos nos períodos de entressafra. Neste, incluído o custo de capital dos comboios (treminhões) no transporte de 90% de água e bagaço contidos na cana e que são inevitáveis porque são inerentes ao processo arcaico de produção. O consumo equivocado de bagaço requer custosas instalações de grande porte que nem deveria ser utilizado em “calor de processo”, pela mesma razão citada, muito menos para gerar energia elétrica num processo equivocadamente chamado de cogeração

ELEFANTES BRANCOS


As decantadas usinas de biomassa não são a maravilha que andam apregoando. Utilizam bagaço de baixo poder calorífico em um processo termodinâmico antiquado que ainda utiliza caldeiras a vapor, verdadeira reminiscência arqueológica da revolução industrial. Em termos de gastos correntes pode-se até dizer que o rendimento monetário pode ser quase infinito porque usam um insumo de valor comercial desprezível que nem as olarias e cerâmicas utilizam. Não compensa o transporte. Mas, não basta ter elevado rendimento quando se computa apenas gastos correntes. Hidroelétricas e eólicas já têm gastos correntes zero porque água e vento não tem custo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

“FAZER SOCIEDADE COM POBRE É PEDIR ESMOLA PRA DOIS”.


A enorme diversidade dos países em desenvolvimento, cada um com suas especificidades, constitui o ingrediente básico para a cooperação espontânea, caminho natural dos novos rumos da globalização da economia. Para haver competição é preciso haver similaridade entre adversários (países industrializados) e objetivos coincidentes (venda de produtos tecnológicos), fato comprovado pela experiência das guerras destrutivas do século passado em busca de mercado para os países conflitantes. No MERCOSUL a maioria dos países é similar, salvo uns poucos complementares como Venezuela, Peru e Bolívia. Por isso não se compreende como possam trocar entre si os mesmos produtos. Isenção de IPI para carros provenientes da Argentina e México acirra ainda mais a competição e não a cooperação. A extrema especialização tornará cada país tão singular e único que em vez da competição haverá cooperação. Tornar-se igual exige esforço competitivo para desenvolver idéias inovadoras. Entretanto, a cooperação atual e passada é um desmentido à convicção de que só a confrontação egoísta e voraz motiva os países para a produtividade. Tornando-se especialista, tudo aquilo de que um país necessita encontrará no mercado, vendendo o seu produto, especial e único, o qual será o complemento de outros. O mercado é neutro: não impõe condições. A ida ao mercado é uma decisão interna de cada um.

ERROS CONCEITUAIS:


O governo projeta hidroelétricas de fio d’água na Amazônia que geram pouca energia e para as quais não existe demanda nos próximos 5 anos, segundo o próprio ONS. Se os reservatórios são pequenos – para contornar custo sócio ambiental – se tornam inúteis para o fim de armazenamento de energia potencial. Por outro lado, com grandes reservatórios perdem economicidade. As únicas usinas viáveis são as pequenas turbinas de bulbo para uso local. Assim mesmo requerem complementação térmica nos períodos secos, comuns na Amazônia. Entretanto, são poucas as possibilidades de armazenamento de água para fins de estoque de energia potencial, dadas as baixas altitudes. É o próprio ONS que reconhece a necessidade de complementação térmica para suprir a crescente incapacidade dos reservatórios de autoregulação do sistema. “Não há milagre,... será impossível operar o sistema elétrico brasileiro sem a existência de uma complementação das térmicas." –Faz leilões conjuntos de hidroelétrica, eólica e termoelétrica – visando a modicidade – quando deviam ser segregados por tipo – para ter mais segurança. Não são fontes concorrentes: cada uma tem um fim específico. Exemplo: eólicas complementam localmente hidroelétricas no NE; térmicas a gás substituem reservatórios e complementam localmente hidroelétricas no SE. Podem se tornar do tipo combinada quando agregadas às térmicas antigas, que não precisam ser desativadas. E o pior é que todo mundo sabe disso e não pode fazer nada, principalmente os técnicos do MME, ONS, GESEL, IEE – muito bons técnicos por sinal – cujos nomes já foram inúmeros vezes citados. Só o governo é que não sabe ou não quer, para não ferir suscetibilidades. Quem não sabe – a esta altura – que a proporção de térmicas e hidroelétricas vai chegar rapidamente a ½ a ½ e os reservatórios vão permanecer quase cheios, com hidroelétricas na ponta como garantia de algum surto inesperado? Quando a presidente vai atender insistentes pedidos da eficiente presidente da Petrobras e equilibrar preços internos nas distribuidoras com os preços de mercado?

APAGÕES COM SOBRA DE ENERGIA


Hugo Siqueira - 24/2/2014 - 10:46 Apagões acontecem e nem é por falta de energia. Mesmo com as térmicas ligadas o tempo todo os reservatórios não se encheram completamente e todas as térmicas permanecem ligadas para não repetir o esvaziamento de 2012. Hoje, 2 verões sucessivos de pouca chuva, quentes e secos, representam maior risco do que quando o sistema iniciou com 4 anos seguidos de anos secos. Reservatórios no Rio Grande, Paranaíba e São Francisco – construídos com grande antecedência – tinham reservas para 6 anos, só com hidroelétricas. Assim, a disponibilidade crescente de energia secundária acaba viabilizando economicamente a entrada de usinas térmicas. Daqui pra frente funcionarão na base de um sistema hidrotérmico. Termelétricas já fornecem mais de 1/3 da energia (Kwhora) e em breve será ½ a 1/2.

RESERVATÓRIOS ESVAZIANDO


Hugo Siqueira - 20/2/2014 - 15:11 O país enfrenta uma combinação perfeita de condições que podem levar ao racionamento de energia. Os apagões só não acontecem devido ao baixo crescimento do PIB, especialmente da indústria. Pior seria se o governo não tivesse tomado medidas preventivas. Aumentou a participação de térmicas, funcionando na base do sistema e Construiu linhas de transmissão interligando usinas distantes. Mas apesar das medidas tomadas a energia proveniente de térmicas não foi suficiente para impedir o esvaziamento dos reservatórios que ameaçam repetir a mesma condição do ano passado.

INDÚSTRIA ARRECADADORA DOS LEILÕES


A ANP antecipou o 1º leilão do Pré-sal – de novembro para outubro – sem nenhum propósito definido. Recebe 9 bilhões do vencedor: um consórcio único sem concorrentes que produzirá os 1ºs resultados depois de 6,8 anos, quem sabe? Agora, a ANP vai realizar a 12ª Rodada de Licitação de Áreas Exploratórias de Petróleo e Gás, o 3º em menos de um ano, depois de 5 anos sem realizar nenhum leilão . Pelo que se pode depreender, não há nenhuma justificativa para isso, a não ser a arrecadação com objetivo de fechar as contas fiscais. Praticamente, equivale a um adiamento do problema do gás para suprir termelétricas complementares do SIN. Os problemas continuam os mesmos: – Falta de acesso aos gasodutos que constituem monopólio da Petrobras na distribuição e transporte. – Expansão da rede de gasodutos paralisada. – É notório que mesmo com a equiparação do preço dos combustíveis a Petrobras não tem condições de arcar sozinha com os vultosos investimentos programados.

EFICIÊNCIA DO GÁS NA PRODUÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA


Hugo Siqueira - 13/11/2013 - 14:28 Se fosse intenção resolver o problema premente do gás – cujo preço já é equiparado – deveria começar pela equiparação do preço dos combustíveis: gasolina, diesel, óleo combustível e GLP. Depois, a desverticalização, com livre acesso aos antigos e novos gasodutos em construção. Só então estaria em condições de traçar um plano de metas para a inserção do gás na matriz energética. Na 8ª rodada – ocorrida antes da crise – mesmo com todas as restrições não foi suficiente para impedir as novas descobertas de gás que permitiram a vitória de 2 empresas verticalizadas no leilão A3 de térmicas a gás (Petrobras e MMX). EFICIÊNCIA DO GÁS NO USO FINAL DA ENERGIA TÉRMICA A importância do gás não se restringe apenas ao suprimento de combustível às termelétricas de complementação. Vai muito além da simples substituição da garantia que os atuais reservatórios não conseguem cumprir. Há um mercado de energia do tipo térmico, muito maior do que eletricidade para acionamento.

LEILAO DE LIBRA NO PAÍS DAS MARAVILHAS


Hugo Siqueira - 4/11/2013 - 17:43 Não foi, tipicamente um leilão no conceito a que estamos habituados, com vários consórcios concorrentes. Foi um leilão de perdedores: perde o leiloeiro (união) que vai receber menos na repartição do lucro petróleo – obviamente pela falta de concorrente. Perde a Petrobras que – já tendo a garantia mínima de 30% de participação como operadora única – foi obrigada a pagar 10% a mais em um momento de dificuldade de caixa. Aquele que faz o serviço da exploração recebe mais e não menos lucro futuro ao contrário do “leilão português”, no qual quem oferece o menor lance “carrega o piano”. Um leilão na forma de concessão traria mais recursos para exploração de outros campos, diretamente pela Petrobras na forma de prestação de serviço como sugere o professor da USP Ildo Sauer.

NEM TUDO SÃO FLORES


Hugo Siqueira - 4/11/2013 - 17:38 Nem tudo são flores. Apesar da recuperação do prestígio – por conta das bondades – o governo colhe os piores reveses na balança comercial desde 98. Tudo em razão da conta petróleo que acumulou deficites de 19 bilhões na conta petróleo, anulando resultados positivos de outros setores. Fora as mágicas contábeis na exportação de plataformas que não saíram do lugar, manutenção de refinarias e gasto excessivo na refinaria Abreu & Lima cujo sócio não comparece com sua parte na sociedade, fora sucessivos calotes na dívida da Venezuela. Faz tempo que o governo vem sendo alertado pela presidente da Petrobras sobre a necessidade de equiparação de preços dos combustíveis, mas a excessiva esperança na exploração do pré-sal – depois da vitória forçada e desnecessária do consórcio único no leilão de Libra – o governo por fim se dá conta da necessidade de aumento no preço da gasolina e diesel distribuídos para fazer face às despesas programadas na exploração. E o faz através do instrumento ambíguo do “gatilho”.

CONTA PETRÓLEO: O RETORNO DO MITO


Hugo Siqueira - 12/9/2013 - 12:51 CONTA PETRÓLEO: O RETORNO DO MITO Recriar a conta petróleo é a maneira de retroceder ao monopólio que manteve, por décadas, a dependência do petróleo importado. A descoberta do Pré-sal fez renascer o velho mito e a mega capitalização foi o artifício para tornar a empresa um pouco mais estatal, o que levou ao afastamento de sócios minoritários. Desde então o Brasil voltou à dependência. As ações da Petrobras passaram sistematicamente a perder valor e acumular um grande prejuízo ao longo dos anos. Com alta do dólar e no preço do barril a empresa perde duplamente. “Desde 2003, as perdas acumuladas da estatal podem chegar a R$ 38 bilhões, resultado da diferença entre o preço que a empresa cobra pelos derivados de petróleo no mercado interno e o preço internacional. Essa questão tem se agravado com a necessidade crescente de importação de combustíveis, uma vez que ao comprar efetivamente gasolina e diesel, a um preço mais alto no mercado externo, o prejuízo virtual se materializa”, Adriano Pires.

ESPIONAGEM: GRANDE NOVIDADE!


Hugo Siqueira - 16/10/2013 - 14:35 Norbert Os responsáveis são os próprios funcionários ‘patriotas’ que tem acesso aos dados – constantemente mudando de emprego – caso de engenheiro de alta posição que saiu da Petrobras e foi para empresa ‘X’. Não é proibido levar acervo próprio. Na verdade grandes empresas não gostariam de estar subjugadas à Petrobras, que pode mudar as regras no meio do caminho, fato que já aconteceu com a própria, na Bolívia e Argentina. Presidenta não comparece ao 1º leilão do Pré-sal por receio de manifestações de sindicatos e nacionalistas para adiar o leilão. Aí, só comparecem estatais e chinesas, únicas que tem condições de esperar pelo petróleo futuro. Petróleo e gás – que é bom mesmo – só daqui 8, 10 anos, se tudo correr bem. Resta o “bônus de 15 bilhões, para cobrir rombo do “superávit” primário”. Se é assim, melhor teria sido concessão ou “cessão onerosa”, que rendeu 42,5 bilhões no poço de Lula, pouco promissor. Até o Gabrieli agora está falando em alta da gasolina

PRÉ-SAL e ESPIOANAGEM


Hugo Siqueira - 21/9/2013 - 15:59 Ameaçadas de espionagem as grandes petrolíferas recuaram. Essa a versão oficial que serve como pretexto para um possível adiamento do leilão. Como já era previsto só deu estatais e chinesas – como sócias não operadoras – para garantir fornecimento de petróleo no futuro distante. No curto prazo as grandes petrolíferas estão mais interessadas no gas que é mais promissor, especialmente o “shale gas” nos EUA, cuja exploração está mais avançada. Ainda é possível à Petrobras importar gasolina e etanol por preço baixo, mas, mais dia menos dia, os estímulos à economia americana cessarão e os investimentos retornam ao lugar de origem e porto seguro. As consequências para a Petrobras serão danosas. Há ainda o risco de queda no preço do barril.

PETROBRAS PEDE AUMENTO


Hugo Siqueira - 13/8/2013 - 13:04 A exploração do petróleo sempre foi movida por promessas não cumpridas, públicas ou privadas. Veja o exemplo do PRÉSAL e das empresas “X”. O descrédito das empresas “X” põe mais dúvida sobre a imagem do Brasil no exterior. E fácil ser nacionalista, mas pergunte a qualquer funcionário do BB, Caixa, Petrobras e trabalhadores que aplicaram seu fundo (inclusive o FGTS) se estão satisfeitos com os resultados da “mega capitalização da Petrobras”. A exploração do gás de xisto nos EUA registrou produção recorde em 2012 e o sucesso acabará refletindo no preço comodities inclusive o petróleo. Eventos simultâneos: – Valorização da moeda dólar, que já está ocorrendo. – A exploração gera um ambiente propício ao investimento. – Retorno dos dólares devido a eliminação dos estímulos americanos do FED. – Aumento da taxa de juros do FED.

MANIFESTAÇÕES DE RUA IMPEDEM ALTA NOS COMBUSTÍVEIS


Hugo Siqueira - 13/8/2013 - 12:57 Fuga de investimento inviabiliza 1ª rodada do PRESAL. A anunciada eliminação dos estímulos do FED combinado com o sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA traz como consequência a valorização do dólar – como já está ocorrendo – e às dificuldades da Petrobras na importação de gasolina, diesel e etanol. Se, o “1º tsunami de dólares” barateava o combustível importado, ainda era possível a equiparação do preço nas distribuidoras. Agora é impossível: imagina o efeito perverso de uma valorização do dólar que encarece o gás, gasolina e etanol importados que a Petrobras vá ter de bancar daqui pra frente. Nessa altura dos acontecimentos uma alta no preço dos combustíveis na bomba seria “um tiro no pé” tendo em vista o clamor das ruas. Apressadamente, os governos seguraram o preço das passagens. Os estudantes – certamente – vão ter passe livre e aí, quem paga a conta? É claro que todos têm que pagar, seja o usuário ou contribuinte. não há mais ninguem.

GALINHA DOS OVOS DE OURO


Hugo Siqueira - 17/8/2013 - 15:56 O Pré-sal continua a “galinha dos ovos de ouro” que nunca bota. Desde a descoberta em 2007 serviu apenas para fins eleitorais, com a alardeada mega capitalização que só trouxe prejuízos à Petrobras com o afastamento dos sócios minoritários. Junte-se a isso o novo processo de partilha (substituindo o de concessão) e criação do “fundo social”, para o qual a empresa não está preparada para arcar com a responsabilidade de operadora única, que não vai atrair as grandes empresas no compartilhamento do risco exploratório. A antecipação do 1º leilão do Pré-sal depois de tanto tempo de discussão visa apenas o bônus de participação para acudir balanço de pagamento, enquanto os imaginários lucros do futuro distante permanece sob discussões intermináveis no congresso. A imensa base aliada cria dificuldades quanto à distribuição dos royalties – inexistentes no regime de partilha – aprovando a distribuição “agora” entre todos os estados e municípios, ou seja, querem “comer a galinha mesma” antes dos ovos.

DESONERAÇÃO DE COMBUSTÍVEL SUJO


Hugo Siqueira - 28/8/2013 - 19:08 Enquanto o governo desonera carvão mineral utilizado em antigas térmicas a vapor de baixo rendimento, nos EUA elas são substituidas. Aproveitam a extensa rede de gasodutos subutilizada (500 mil Km) de campos de petróleo maduros o que favorece a geração distribuidada através termoelétricas combinadas a gas muito mais econômicas do que as antigas térmicas a vapor movida a carvão e óleo. As maiores vantagens proporcionadas pela revolução do shale gas decorrem do fato de serem explorados por indivíduos que têm a propriedade privada dos recursos e os exploram com meios próprios alem dos incentivos dos próprios estados fundadores, ao contrário daqueles que estão submetidos à propriedade comum, garantidos por concessão de velhos dispositivos constitucionais que remontam ao código de águas, reminiscência arqueológica do fascismo de 1934 (tal como o “Carta del Lavoro”). Os EUA repetem a experiência dos estados fundadores dos EUA que inventaram o petróleo do Texas e Pensilvânia.

DESONERAÇÃO DO CARVÃO


Hugo Siqueira - 5/9/2013 - 13:08 Observe que a desoneração ocorreu apenas no produto e não na tarifa. O governo do Rio Grande sul – que tem grande interesse no aproveitamento do carvão mineral em térmicas – poderia baixar o ICMS (25%), o 2º mais caro depois de Minas gerais (30%) e assim, teria tido sucesso, o que contribuiria para a geração distribuída. Os estados consumidores de energia seriam os primeiros interessados na redução do ICMS na tarifa, tal como atualmente já o fazem em outros setores para atrair investimentos. A geração distribuída seria a maneira pela qual os estados produtores teriam de reter nos seus estados o consumo da energia por eles produzida já que a cobrança ocorre no destino e não na produção. Esta é tendência atual seguida pela maioria dos países. “Os recentes apagões evidenciam que é preciso uma política mais descentralizada para a geração, a transmissão e a distribuição, assumindo que o país possui dimensões continentais e a atual centralização está ficando cara e de difícil fiscalização” (Adriano Pires).

FUGA DE INVESTIMENTO INVIABILIZA PRE-SAL


Hugo Siqueira - 7/7/2013 - 16:48 O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA combinado com a eliminação dos estímulos traz como consequência a valorização do dólar – como já está ocorrendo – e às dificuldades da Petrobras na importação de gasolina e etanol. Se, o “1º tsunami de dólares” barateava o combustível importado, ainda era possível a equiparação do preço nas distribuidoras. Agora é impossível: imagina o efeito perverso de “uma avalanche” de reais desvalorizados que encarece o gás, gasolina e etanol importados que a Petrobras vá ter de bancar daqui pra frente. Nessa altura dos acontecimentos uma alta no preço dos combustíveis seria “um tiro no pé” tendo em vista o clamor das ruas. Apressadamente, os governos seguraram o preço das passagens, com medo das próximas eleições. Os estudantes – certamente – vão ter passe livre e aí, quem paga a conta? – é o “Papai Noel”? É claro que todos têm que pagar a conta, seja o usuário ou o contribuinte. Não existe mais ninguém para pagar.

“ELEIÇÃO E MINERAÇÃO, SÓ DEPOIS DA APURAÇÃO”.


“ELEIÇÃO E MINERAÇÃO, SÓ DEPOIS DA APURAÇÃO”. Hugo Siqueira - 12/8/2013 - 14:38 Já dizia o sábio político Alkimin (o outro é claro). Mais uma vez a Petrobras vai ser convocada para cobrir déficit da balança comercial de US$5 bilhões até julho. Só a conta petróleo – diferença entre o que o país vendeu e o que comprou de petróleo e derivados – já é de US$15,4 bilhões devido ao maior consumo e maior preço do barril. Em termos absolutos, é o pior resultado dos últimos 20 anos segundo a folha de hoje. O governo está de olho mesmo é no “presente” para cobrir superávits: bônus de assinatura (15 bilhões de dólares) mais do que na repartição do óleo “futuro” (máximo 75%,). Até outubro o governo vai fazer de tudo para ter um bom desempenho no teste do 1º e único poço de libra, nem que tenha que abrandar as exigências: pouco direito de voto (35%), ainda sujeito a veto da estatal PPSA no que tange a custo. São exigências demasiadas que só podem contar com grandes empresas chinesas, interessadas apenas em garantia de fornecimento futuro.

REPRISE DE UMA JOGADA DE MARKETING


Hugo Siqueira - 3/8/2013 - 14:35 Mais uma vez a Petrobras vai ser convocada para cobrir déficit da balança comercial de US$5 bilhões até julho. Só a conta petróleo – diferença entre o que o país vendeu e o que comprou de petróleo e derivados – já é de US$15,4 bilhões devido ao maior consumo e maior preço do barril. Em termos absolutos, é o pior resultado dos últimos 20 anos segundo a folha de hoje. Não é pior em termos relativos porque as trocas também cresceram significativamente no mesmo período. O governo está de olho mesmo é no bônus de assinatura (15 bilhões de dólares) mais do que na repartição do óleo futuro. Será uma reprise da alardeada mega capitalização que só trouxe prejuízos à Petrobras, com o afastamento dos sócios minoritários. Desde então o valor das ações caiu à metade e a empresa tem sido usada como instrumento para produzir superávit primário ou como instrumento de combate a inflação ao manter congelados os preços dos combustíveis, gasolina, diesel etanol de milho importados.

REPRISE DE UMA ELEIÇAO JÁ ACONTECIDA


Hugo Siqueira - 9/8/2013 - 14:13 Mais uma vez a Petrobras vai ser convocada para cobrir déficit da balança comercial de US$5 bilhões até julho. Só a conta petróleo – diferença entre o que o país vendeu e o que comprou de petróleo e derivados – já é de US$15,4 bilhões devido ao maior consumo e maior preço do barril. Em termos absolutos, é o pior resultado dos últimos 20 anos segundo a folha de hoje. O governo está de olho mesmo é no bônus de assinatura (15 bilhões de dólares) mais do que na repartição do óleo futuro. Mas é bom lembrar que 30% cabem à Petrobras no mínimo, como operadora única. Será uma reprise da alardeada mega capitalização que só trouxe prejuízos à Petrobras, com o afastamento dos sócios minoritários. Desde então o valor das ações caiu à metade e a empresa tem sido usada como instrumento para produzir superávit primário ou como instrumento de combate a inflação.

UM SENTIDO PARA COOPERAÇÃO


Hugo Siqueira - 9/8/2013 - 14:16 Durante anos a baixa inflação americana foi decorrência da capacidade da China de exportar produtos mais baratos do que americanos conseguiam produzir. O trabalhador americano é mais eficiente que qualquer outro e não compensa utiliza-lo na função de outro mais barato. Exportar tecnologia traz mais benefício do que a exportação do próprio bem industrial. A alta exagerada das ações – principalmente de Internet – teve ganhadores, que foram as empresas multinacionais, mas teve também perdedores devido à perda patrimonial dos que tiveram prejuízos na bolsa, como fartamente documentado. A política de afrouxamento ou “tsunami de dólares” foi o que permitiu ao FED adotar política de Juros baixos e incentivos ao consumo e ao crédito com baixa inflação. Bens tecnológicos – que são intangíveis – são poupadores de energia e transporte. Altas tecnologias requerem baixo valor da mão de obra. Onde foram parar os dólares resultantes do afrouxamento monetário? China e Brasil por tabela.

GAS DE XISTO


Hugo Siqueira - 19/6/2013 - 13:03 “Calmaria de dólares” aumenta despesa da Petrobras, mas estimula a produção nacional de etanol e de gás. Aumenta receita de exportação e diminui despesa corrente de importação. A exploração do gás de xisto nos EUA registrou produção recorde em 2012, mas o sucesso não chegou ainda a refletir no preço do barril. A China ultrapassou os Estados Unidos no consumo e junto com a Índia continuam responsáveis pelo maior aumento da demanda. Europa e demais países de clima frio continuam dependentes do gás e petróleo russo. Depois da 11ª rodada – com atraso de 5 anos – a esperança brasileira agora é o gás, visto como “salvação da lavoura” para a indústria. Mas, não basta ter reserva segundo Adriano Pires. A pesquisa do gás de xisto nos EUA dura mais de 10 anos e só agora aparece os primeiros resultados. O petróleo continuará caro por mais 10 anos ainda. Não é nada fácil repetir o sucesso do gás de xisto aqui. Isso demanda tempo e grande incentivo para infraestrutura.

CALMARIA DE DÓLARES


Nome: Hugo Siqueira - 20/6/2013 - 14:23 No passado recente o país temia o “tsunami de dólares” e reduziu taxa de juros (Selic). Agora teme a “calmaria de dólares” reduzindo IOF e intervindo no mercado. Se a oferta de dólar realmente for mais restrita a Petrobras terá sérias dificuldades para importar gasolina e etanol por preço ainda mais caro do que já está fazendo. Se o subsídio já é um transtorno para a Petrobras, se tornará ainda maior com preços mais elevados da gasolina e etanol devido ao fim do estímulo que a economia dos EUA vai passar – gradualmente – nesse ano de 2013 e seguintes. Se, com um “tsunami” que barateia o combustível importado, imagina o efeito perverso de “uma calmaria” de reais desvalorizados que encarece o gás, gasolina e etanol importados que a Petrobras vá ter de bancar daqui pra frente. Do lado da energia, a reação à queda de popularidade foi novo incentivo ao consumo de eletricidade dos novos eletrodomésticos produzidos por usinas térmicas consumidora de combustíveis fósseis.

PRÉ-SAL EA AS EMPRESAS "X"


Nome: Hugo Siqueira - 7/7/2013 - 16:58 A exploração do petróleo sempre foi movida por promessas não cumpridas, públicas ou privadas. Veja o exemplo do Pré-sal e das empresas “X”. O descrédito das empresas “X” põe mais dúvida sobre a imagem do Brasil no exterior. E fácil ser nacionalista, mas pergunte a qualquer funcionário do BB, Caixa, Petrobras e trabalhadores que aplicaram seu fundo (inclusive o FGTS) se estão satisfeitos com os resultados da “Mega capitalização da Petrobras”. È nisso que dá o governo se meter no assunto de produzir petróleo: acaba usando a empresa com finalidades eleitorais. Ou, não foi o “sonho do pré–sal” que elegeu a nossa presidente? Com a palavra o ministro marqueteiro. A exploração do gás de xisto nos EUA registrou produção recorde em 2012 e o sucesso acabará refletindo no preço comodities inclusive o petróleo que já dá sinais de baixa no preço do barril.

A INGENUIDADE DO ESTÍMULO AO CONSUMO


Nome: Hugo Siqueira - 29/6/2013 - 16:11 Todo mês 300 mil brasileiros compram carros novos sabendo de antemão que estarão perdendo 20% do valor assim que saem das montadoras. Sem dúvida a cadeia ligada indústria automotiva se beneficia. Aqueles setores que ficam de fora pagam a conta ou tem mais desemprego. O “Tsunami de dólares” – que tanto irritou a presidente – ocorreu simultaneamente aos estímulos ao consumo no Brasil. Não constitui surpresa alguma a valorização do Real frente ao Dólar que levou ao consumo de bugigangas importadas. Agora ocorre a mesma coisa com sinal trocado: sabíamos que mais dia menos dia os dólares acabariam por voltar ao seu local de origem e porto seguro. Só não sabia quando. Desta vez – não mais como consumo de mercadorias baratas – mas como investimento. Viagens ao exterior se tornam mais caras, e brasileiros vão usar o dólar mais caro para comprar imóveis ou investir em empresas americanas.

O SHALE GAS É O “X” DA QUESTÃO


Nome: Hugo Siqueira - 20/6/2013 - 14:26 O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA é um claro indício do fim gradativo de estímulos dos EUA, conforme prevê o FMI. “Calmaria de dólares” aumenta despesa da Petrobras, mas estimula a produção nacional de etanol e de gás. Aumenta receita de exportação e diminui despesa corrente de importação. O etanol deve ficar mais competitivo do que a gasolina este ano e se o preço da gasolina for finalmente equiparada – agora mais justificada pela alta do dólar – o etanol premiado de cana tem chance de sair da estagnação dos últimos anos. É claro que a produção deste ano de 2013 ainda não será suficiente. Entretanto, é bom lembrar que o brasil não é somente um simples produtor de etanol, mas detentor da provada tecnologia e fabricante de equipamentos que poderão ser exportados em larga escala para países emergentes. CONCORRÊNCIA NA PRODUÇÃO DE CALOR DE PROCESSO Indústrias de cerâmica e de vidro substituíram óleo combustível pelo gás e perderam competitividade.

MUDANÇA ESTRUTURAL PARA UM SISTEMA HIDROTÉRMICO


Nome: Hugo Siqueira - 2/5/2013 - 20:10 MUDANÇA ESTRUTURAL PARA UM SISTEMA HIDROTÉRMICO A consequência imediata da baixa de tarifas é a perda de receita dos estados mais consumidores de energia e mudança de postura dos estados mais consumidores diante do novo ‘pacto federativo’. Explico: A declaração da tarifa aplicada (sem impostos) permite ao consumidor calcular o imposto pago por simples diferença. O preço da energia agora vem declarado explicitamente, menos mal. Exemplo da Cemig: Preço cobrado 0.51/Kwh houve queda de 20% Tarifa aplicada 0.33/Kwh Diferença 0.18/ Kwh A diferença, 0.18 R$/Kwh é imposto, que, se calculado corretamente sobre a Tarifa aplicada (sem impostos) resulta: 0.18/0.33 = 0.54 ou 54% E não 0.18/0.51 = 0.35 ou 35% Como vem declarado. Ao reduzir a tarifa aplicada, os impostos (ICMS + PASEP+COFINS) caem automaticamente, porque são cobrados “por dentro”, sem alterar a taxa declarada. A consequência natural é a perda de 20% também dos impostos: de 30% caem para 24% em relação ao cobrado originalmente.

OUSAR É PRECISO


Nome: Hugo Siqueira - 13/1/2013 - 14:35 O governo comete erro grave que pode ser fatal para os próximos 2 anos da presidente. Ao invés de ficar na defensiva para justificar o sistema elétrico, deveria dizer que o momento é “mesmo” grave e que estamos diante de um verão atípico imprevisível, como mostra claramente a atitude do ONS ao acionar térmicas preventivamente em outubro, quando tudo parecia correr bem. Assim como ousou rever concessões e reduzir encargos sobre tarifas – uma ação constrangedora para suas próprias empresas – deveria exigir uma contrapartida daquilo que foi um pedido dos próprios empresários (da FIESP): a aquisição – por conta própria – de térmicas de reserva. O empresário Já está motivado para isso, tal o grau de desconfiança. Desta forma, a complementação poderia ocorrer mais facilmente sem licitações e os dispêndios públicos com térmicas de complementação poderiam ser menores quando compartilhados com as empresas. Pode muito bem estar ocorrendo um fenômeno climático semelhante ao ocorrido em 1953/56.

GERAÇÃO DISTRIBUIDA E A REDUÇAO DE ICMS


“O ICMS que incide sobre a eletricidade é calculado por um critério chamado tributação por dentro, no qual a base de incidência do imposto inclui o próprio imposto”. (instituto Acende Brasil). Por isso, a geração distribuída é o melhor caminho para se chegar a redução efetiva de tarifas que está quase toda concentrada na cobrança de ICMS pelos estados. A geração distribuída seria a maneira pela qual os estados produtores teriam de reter o consumo da energia por eles produzida já que a cobrança ocorre no destino e não na produção. É a maneira dos estados ganharem maior autonomia e se libertarem da tutela do poder central já que estão impedidos da cobrança nos produtos primários destinados a exportação (lei Kandir). Além disso, a geração distribuída concorre para a maior eficiência no uso final da energia como já vem ocorrendo voluntariamente em diversos setores para fugir ao controle do poder central e do elevado custo da energia.

GERAÇÃO DISTRIBUIDA


Porque a geração distribuída favorece a redução de tarifa? Os estados consumidores de energia seriam os primeiros interessados na redução do ICMS na tarifa, tal como atualmente já o fazem em outros setores para atrair investimentos. A geração distribuída seria a maneira pela qual os estados produtores teriam de reter nos seus estados o consumo da energia por eles produzida já que a cobrança ocorre no destino e não na produção. Esta é tendência atual seguida pela maioria dos países. “Os recentes apagões evidenciam que é preciso uma política mais descentralizada para a geração, a transmissão e a distribuição, assumindo que o país possui dimensões continentais e a atual centralização está ficando cara e de difícil fiscalização” (Adriano Pires).

TARIFAS SOBEM ANTES DE BAIXAR


TARIFAS SOBEM ANTES DE BAIXAR Antes que apareçam resultados da queda, as tarifas ainda vão subir com a continuação da operação de térmicas a óleo combustível e diesel mais caro, o que vai comprometer a redução das tarifas via MP579. Isto frustra o governo que vai ser obrigado a tocar no ponto sensível: redução de tarifas pela redução dos encargos e tributos. PIS-COFINS + ICMS, que são cobrados por dentro, são os maiores e mais complicados porque envolve negociação com os estados. “Frente a toda essa vulnerabilidade, cabe questionar porque ainda não se tomou a decisão de se incluir usinas térmicas a gás natural na base do sistema. Tais usinas contribuiriam para a segurança do sistema por não terem sazonalidade na geração, além de poderem se situar próximas aos centros consumidores, minimizando os problemas relacionados a longas linhas de transmissão” (Adriano Pires ).

REDUÇÃO DE REMUNERAÇÃO DE CONCESSIONÁRIAS


A redução na remuneração das concessionárias acontece num momento em que as usinas e linhas estão velhas, com mais de ½ século. Isto pode resultar na diminuição dos investimentos na manutenção e na expansão do sistema. Os apagões serão inevitáveis, não tanto pela falta de energia – em excesso segundo o ONS – mas por falta linhas redundantes para evitar riscos de acidentes naturais. Só Térmicas a gás garante segurança operadas a qualquer hora sem limitações de clima ou operacionais.. Quando térmicas de caldeira são usadas para encher reservatórios, usinas próximas ficam sem água e deixam de funcionar: a energia acaba vindo de usinas distantes (Itaipu), por um só corredor de 3 linhas paralelas. Isto é um defeito do modelo “operacional”. O número de apagões aumenta com o atual nível dos reservatórios, baixo desde o racionamento de 2001. Embora as térmicas já tenham sido acionadas em sua totalidade, o lago das hidroelétricas continua a esvaziar, especialmente com a continuação de térmicas

EFICIÊNCIA DO GÁS NO USO FINAL DA ENERGIA TÉRMICA


A importância do gás não se restringe apenas ao suprimento de combustível às termelétricas de complementação. Vai muito além da simples substituição da garantia que os atuais reservatórios não conseguem cumprir. Há um mercado de energia do tipo térmico, muito maior do que eletricidade para acionamento.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

AFINAL VAMOS TER TÉRMICAS NA BASE


TÉRMICAS NA BASE AFINAL Foi o uso intensivo de reservatórios – com térmicas e outras fontes à disposição – que levou à atual falta de água nos reservatórios. Apesar de ter predominância de hidroelétricas – 70% segundo Roberto Pereira D'Araújo do Instituto Ilumina – as usinas geram 90% da energia e apenas metade da sua capacidade térmica. Se as térmicas tivessem entrado em operação antes – ou melhor, se em fossem desligadas antes de outubro – a situação hoje seria outra. Hoje as usinas são contratadas por disponibilidades. Ficam paradas à espera de um chamado do ONS. (Luiz Pinguelli Rosa). Ora, 20 GWmed de energia, gerados por 20GW de capacidade instalada de térmicas não podem ficar paradas a maior parte do tempo a espera do chamado do ONS. È uma quantidade expressiva de energia, 1/3 da energia gerada em condições normais. Hidroelétricas geram 2/3 restante.

TÉRMICAS PERMANENTES


HIDROELÉTRICAS NA PONTA Hidroelétricas podem operar com toda sua capacidade instalada (potência em MW) por breves períodos de ponta ou vizinhança de uma situação de risco iminente. Mas, a energia ficará cada vez mais reduzida ao tempo do período breve. À medida que a carga do sistema cresce cada vez mais as hidroelétricas – em menor proporção – vão, sistematicamente, sendo jogadas para a ponta e produzindo menos energia e, consequentemente diminuindo a necessidade de vazão regularizada para suprir esta pequena produção de energia, até que caia abaixo da vazão natural dos rios. Reservatórios deixam de ter significado como produtor de energia ao sistema e passam a funcionar próximo do nível superior do reservatório garantindo potência em intervalos de tempo cada vez menores. Esta é a condição de funcionamento do sistema dos países como a China que voltaram a construir grandes reservatórios, mesmo depois de atingir predominância térmica. Daí os baixos fatores de capacidade (Usina de 3 Gargantas). TÉRMICAS PERMANENTES A manutenção de térmicas ligadas – por segurança –durante o ano todo é o primeiro passo para a permanência definitiva, uma vez que serão ligadas antecipadamente – também por medida de segurança – como conjecturavam alguns setores. Isto mostra a repetição do processo nos anos subsequentes, isto é: a utilização permanente de térmicas na base do sistema. “O acionamento das UTE durante todo o ano de 2013 indica que o novo paradigma hidrotérmico veio para ficar, o que exigirá um esforço muito grande da política e do planejamento energético, que terá que alterar práticas, ações, métodos e modelos computacionais”. Nivalde de Castro.

MAIS MOTORIZAÇÃO DE HIDROELÉTRICAS


A geração hidrelétrica de ponta também poderá ser aumentada pela construção de novas unidades geradoras em poços provisionados em algumas usinas hidrelétricas já existentes (5 GW segundo a Abrage), o que torna baixo os custos para o atendimento da demanda máxima do SIN. Isso gera uma expectativa atraente para os produtores do mercado livre dado que com tarifas maiores os produtores vão utilizar a grande quantidade de energia secundária para a produção sazonal de bens que a energia elétrica consegue produzir, tais como hidrogênio, lítio, por exemplo. Não só isso, alguns consumidores vão migrar para este novo mercado, com perda de clientes das concessionárias. Antes, eram térmicas a vapor de baixa qualidade técnica que garantiam ponta com combustível barato. O máximo do desperdício de energia. O tempo do combustível barato já passou. Agora, os papéis se invertem: são térmicas a gás combinadas que economizam combustível fóssil das antigas térmicas.

RESERVATÓRIOS CHEIOS E A ENERGIA DE PONTA


RESERVATÓRIOS CHEIOS E A ENERGIA DE PONTA Reservatórios quase cheios é a contingência estrutural do sistema que se torna cada vez mais hidrotérmico. Mas, é claro que não vão permanece parados nesta condição. Usinas de jusante precisam funcionar para que hidroelétricas forneçam a parcela de energia que lhes cabe, que ainda é grande. Ademais, hidroelétricas vão ter atender picos todos os dias do ano, especialmente no período seco. A redução de tarifas – sempre benvinda – ocorre em momento crucial em que o sistema passa por mudanças estruturais com a utilização de modo permanente de térmicas nos próximos anos. O encarecimento pelo uso da térmica mais cara é uma consequência natural de um sistema que tende cada vez mais para hidrotérmico. Uma coisa nada tem a ver com outra: mesmo se não houvesse a baixa de tarifas o aumento do custo será inevitável. “O acionamento das UTE durante todo o ano de 2013 indica que o novo paradigma hidrotérmico veio para ficar, o que exigirá um esforço muito grande da política e do planejamento energético, que terá que alterar práticas, ações, métodos e modelos computacionais”. Nivalde de Castro. Não só isso, diríamos, processos que levem em conta o aproveitamento integral do combustível na produção e consumo das 2 formas de energia: calor e eletricidade, que são indissociáveis. Não se pode aperfeiçoar um sem negligenciar o outro.

RESERVATÓRIOS JÁ ESTÃO VAZIOS


Em maio 18, – com acréscimos decrescentes (derivada) – os reservatório atingem o nível satisfatório de 70%, maior possível, mas ainda inferior a 2012. Daí segue o mesmo padrão, agora com todas as térmicas ligadas, desta vez de forma permanente. –Porque os reservatórios devem permanecer cheios todo o tempo? Reservatórios cheios permitem suprir picos de demanda todos os dias a qualquer hora, independente do clima. À medida que a demanda por energia cresce, hidroelétricas são cada vez mais solicitadas para atender picos maiores. Não compensa suprir picos de demanda (MW) através de usinas térmicas: sua potência seria maior do que a necessária para suprir penas energia (MW x hora). Do lado do consumo o maior crescimento da demanda ocorre no setor de serviços, residencial e comercial, com diminuição da atividade industrial– reflexo do incremento da renda e do avanço do emprego – são razões que explicam o aumento da demanda para fins térmicos. A incorporação de eletrodomésticos às residências tais como chuveiros elétricos, condicionadores, refrigeração e iluminação contribuem para a curva de carga no momento do pico, justifica manter os reservatórios quase cheios como reserva estratégica para atendimento de surtos inesperados ou mesmo o aumento dos picos de demanda proporcionalmente à demanda por energia (Kwhora). Essas são razões que justificam a geração distribuída, cada um gerando sua própria energia produzindo, ao mesmo tempo, os dois tipos de energia: calor e eletricidade. È muito mais barato adicionar unidades para incrementar a capacidade instalada de usinas prontas do que construir novas. Especialmente se houver provisão (slots). Equivale a baixar o fator de capacidade, tal como acontece nos países nos quais predominam térmicas. Ou, países que já esgotaram todo seu potencial hidroelétrico.

SISTEMA JÁ É HIDROTÉRMICO


MUDANÇA ESTRUTURAL PARA UM SISTEMA HIDROTÉRMICO A consequência imediata da baixa de tarifas é a perda de receita dos estados mais consumidores de energia e mudança de postura dos estados mais consumidores diante do novo ‘pacto federativo’. Explico: A declaração da tarifa aplicada (sem impostos) permite ao consumidor calcular o imposto pago por simples diferença. O preço da energia agora vem declarado explicitamente, menos mal. Exemplo da Cemig: Preço cobrado 0.51/Kwh houve queda de 20% Tarifa aplicada 0.33/Kwh Diferença 0.18/ Kwh A diferença, 0.18 R$/Kwh é imposto, que, se calculado corretamente sobre a Tarifa aplicada (sem impostos) resulta: 0.18/0.33 = 0.54 ou 54% E não 0.18/0.51 = 0.35 ou 35% Como vem declarado. Ao reduzir a tarifa aplicada, os impostos (ICMS + PASEP+COFINS) caem automaticamente, porque são cobrados “por dentro”, sem alterar a taxa declarada. A consequência natural é a perda de 20% também dos impostos: de 30% caem para 24% em relação ao cobrado originalmente. Vão pedir compensação, naturalmente. “O acionamento das UTE durante todo o ano de 2013 indica que o novo paradigma hidrotérmico veio para ficar, o que exigirá um esforço muito grande da política e do planejamento energético, que terá que alterar práticas, ações, métodos e modelos computacionais”. Nivalde de Castro. Não só isso, diríamos, processos que levem em conta o aproveitamento integral do combustível na produção e consumo das 2 formas de energia: calor e eletricidade, que são indissociáveis. Não se pode aperfeiçoar um sem negligenciar o outro. Não se pode perder de vista que o consumo de energia para finalidade de aquecimento é muito maior do que a produção energia elétrica propriamente dita. Agora, é a mudança estrutural para utilização permanente de térmicas na base que afasta hidroelétricas para a ponta, tornando disponíveis grandes quantidades de energia secundária, as quais produzem cada vez menos energia (mais potência em período curto). Assim, os reservatórios permanecem como uma reserva estratégica para ocasiões de extrema urgência. RESERVATÓRIOS CHEIOS Não basta haver térmicas disponíveis se não houver estoque de combustível, que é o equivalente dos reservatórios de água. Nem pode haver dependência de infraestrutura de transporte (gasodutos, portos). Mas,

HOSPITAL S.FRANCISCO DE CABOVERDE


GERAÇÃO SIMULTÂNEA DE CALOR E ELETRICIDADE “A GE fechou um contrato de US$ 4,5 milhões com a Coca-Cola Andina Brasil para equipar uma unidade de engarrafamento localizada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, com três motores Jenbacher a gás natural. Com potência total de 12 megawatts, os equipamentos serão utilizados para gerar energia e aquecimento para a fábrica, seguindo o conceito quadgeneration. Isto significa que, além das funções típicas de fornecimento de eletricidade e calor, os motores da GE permitirão a produção de água fria, dióxido de carbono (CO₂), nitrogênio e operações de engarrafamento”. HOSPITAL SÃO FRANCISCO- CABO VERDE MINAS GERAIS Instalei um grupo gerador de reserva para um hospital e fiz a seguinte recomendação: “ligar o gerador próprio e deixar a Cemig na reserva”. Sai muito mais em conta. Além disso, o radiador foi suprimido e a água de arrefecimento foi ligada à serpentina do aquecedor central. Todo calor proveniente das perdas da queima do gás são integralmente utilizadas para o banho e roupa lavada dos pacientes, que, indubitavelmente constitui a maior demanda de qualquer hospital (70%). È o que denomina cogeração de calor e eletricidade por uma só fonte. Hotéis, condomínios e shopping centers não podem prescindir de geração própria. Além da segurança, economizam na conta de luz. Indústrias que utilizam “calor de processo” como cimenteiras, cerâmica, fábrica de alimentos e bebidas utilizam o processo cogeração em geração distribuída, para escapar do cativeiro da tarifa da distribuidora. Até usinas de biomassa utilizam para economizar bagaço, que é um combustível tão ruim que as próprias olarias rejeitam, mesmo que cedido gratuitamente.

CHUVEIRO: A GAS OU ELÉTRICO


CÁLCULO DO CUSTO PARA O CONSUMIDOR Dados: Custo da gasolina na bomba 2.50 R$/litro Custo da energia na concessionária 0.45 R$/Kwh Poder calorífico da gasolina 12 Kwh/litro Rendimento do motor a combustão 25% Rendimento do conjunto bateria/motor 75% A queima direta de 1 litro de gasolina em um aparelho de aquecimento doméstico produz 12 Kwh de energia sob forma de calor ao custo de 2.50 R$/litro. Logo, o custo unitário da energia calorífica será 0.21 R$/Kwhora (2.50/12). A queima direta de 1 litro de gasolina em um motor de combustão interna produz 12 Kwhora de energia, dos quais 9 Kwh (75%) são perdas que geram calor e 3 Kwh (25%) é energia mecânica útil no eixo. Logo: Custo para produzir 1 Kwh no eixo (2.50/3) 0.84 R$/Kwh 1º PS: Você toma um banho de 10 minutos num chuveiro de 6 Kwatts consumindo 1 Kwh e paga uma conta de 0.50 x 1 ou 0.50 R$/banho. Se o chuveiro fosse a gás (gasolina) pagaria 0.21 x 1 ou 0.21 R$/banho Uma economia de 60% em relação ao consumo de eletricidade. Isto é o que se chama de cogeração de calor e eletricidade por 1 só fonte.

“NOVO CONTEXTO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO”


Chamo a atenção para o trabalho de sua autoria “Novo Contexto do Setor Elétrico Brasileiro”, do qual reproduzimos o trecho abaixo: “A apropriação de benefícios advindos de outros empreendimentos dependerá da localização da usina. Por exemplo, ao se criar em um rio um reservatório que o regularize, os incrementos de energia garantida, gerados nas usinas à jusante, serão apropriados pela usina regularizadora”. Para o investidor, portanto, parte da produção de sua usina estará sendo apropriada por outro empreendimento. Entretanto, se as usinas forem licitadas por ordem crescente de custo, não há prejuízo, uma vez que na relação custo-benefício do seu empreendimento já terá sido levada em conta a vantagem naquele momento. Além disso, qualquer incremento de custo que esteja ocorrendo, em função de geração apropriada por outro empreendimento, deverá ser ressarcido. Um bom exemplo seria a construção de um grande reservatório, que tenha a melhor relação custo-benefício, a ser acrescentado ao sistema interligado, em determinado estágio de sua expansão. O novo reservatório, regularizando o rio, poderia proporcionar grande aumento de geração garantida nas usinas rio abaixo, apesar de, por sua baixa altura de queda, admitir apenas potência instalada pequena ou mesmo nenhuma (reservatório puro). Nesse caso, o empreendimento, considerado isoladamente, mostrar-se-ia antieconômico e jamais atrairia investimentos privados. Por mais econômico e conveniente que pudesse ser sob a ótica integrada, ele só se tornaria viável na medida em que lhe fosse atribuído o acréscimo de energia obtido nas usinas existentes à jusante”. A energia garantida associada a uma usina pode ser dividida em duas grandes classes: a. A energia gerada na própria usina ou energia local. b. A energia que, apesar de não ser gerada naquela usina, a ela está associada. Atualmente, o conceito de energia garantida já é praticado, como "energia de otimização", porém a tarifação da energia gerada pelo sistema tem sido feita usando-se o custo marginal de curto prazo, que depende principalmente do nível de armazenamento do sistema. Na realidade, as empresas estão fornecendo o fluxo energético que otimiza o sistema para atender seus mercados. Essa tarifação variável não é compatível com os conceitos propostos para a regulamentação da Lei de Concessões no 9074. Hoje, em algumas empresas, existe uma receita financeira associada à tarifa de otimização de porte comparável à proveniente da venda de energia elétrica ao mercado consumidor. Com a participação de capitais privados através de licitações, isso deverá ser alterado, pois acrescenta uma indeterminação de custos para todas usinas cuja energia garantida tenha parcelas geradas em outras usinas. Além disso, a existência de uma receita distinta da tarifária contraria os preceitos da Lei 9074/95, que pretende estabelecer uma tarifa pelo período de concessão que cubra todos os investimentos. Qualquer outra receita não prevista no processo licitatório deveria ser usada para reduzir a tarifa ao consumidor. O Decreto 2003/96 estabelece que os contratos de concessão e as autorizações, nos caso de operação integrada, "definirão o montante de energia anual em MWh e a potência em MW que poderão ser comercializados ou utilizados para consumo próprio e montantes que poderão ser alterados". Essa definição, que acrescenta uma incerteza para o investidor, uma vez que não estabelece, claramente, a quantidade de energia que ele poderá comercializar, ilustra o grau de complexidade da questão. Qualquer nova usina licitada deverá absorver o incremento de energia garantida que sua entrada provoca no sistema integrado. Essa energia poderá ser utilizada para os contratos de suprimento, tendo uma chancela de garantia do sistema integrado e será constante pelo período da concessão, a menos da ocorrência de outros fatores, como: a. Projetos de utilização do recurso hídrico (irrigação, abastecimento d,água e outros) não previstos no estudo de viabilidade até a data da publicação do edital. O reflexo sobre os integrantes do sistema integrado ou sobre apenas as usinas afetadas pela perda de afluência pode ser controverso. b. Alteração da topologia do sistema integrado incrementando significativamente a interligação entre os subsistemas. Um exemplo importante seria a interligação Nordeste-Sudeste acarretando uma gestão energética distinta da atual. Acrescentar-se-ia ao sistema aproximadamente 800 MWmed Nesse caso, a solução seria rever as energias garantidas de todas as usinas integradas, distribuindo-se o ganho proporcionalmente. Há uma corrente que defende a atribuição dessa energia à linha de interligação. c. Alterações dos parâmetros previstos no edital que comprometam a performance do projeto inicial. Vários casos podem ocorrer, desde aqueles por responsabilidade do licitante até outros por imprevistos no projeto. Cada caso deve ser estudado separadamente, buscando atribuir o ganho/perda extra ao sistema ou à usina.

sobre o blog

Uma exposição didática do significado de "visão geral de sistema".

Cada página acima tem o tamanho físico de uma página real e poderá ser consultada em qualquer órdem para ver como as "variáveis de sistema" estão interrelacionadas.

Para se ter uma visão de conjunto do artigo todo no arquivo do blog as postagens (mais extensas) aparecem na órdem em que foram postadas.























































































































Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
Escritor bissexto e plagiador de poetas. Calculista e decifrador.

Uma exposição didática do significado de "visão geral de sistema".

Cada página acima tem o tamanho físico de uma página real e poderá ser consultada em qualquer órdem para ver como as "variáveis de sistema" estão interrelacionadas.
Para se ter uma visão de conjunto do artigo todo no arquivo do blog as postagens (mais extensas) aparecem na órdem em que foram postadas.