hidroelétrica

POTENCIAIS HIDROELÉTRICOS

Sem dúvida os potenciais hidroelétricos constituem a melhor fonte de energia para todos os fins, mas em todo o mundo os recursos potenciais são extremamente limitados devido à quase total utilização. Passaram pelo processo de seleção natural e hoje constituem raridade, encontradas somente em países pobres. No Brasil os últimos potenciais se encontram na planície Amazônica, onde os potenciais são relativamente abundantes, mas de baixa qualidade devido a pouca eficácia do campo gravitacional.
O combustível fóssil é o responsável por 92% do consumo dos países industrializados. Em menor escala os países em desenvolvimento dependem do petróleo e carvão mineral no transporte e produção de alimentos em cerca de 50%.
Como fomos chegar a essa situação de extrema dependência de uma fonte única de energia? No caso do Brasil a dependência dos potenciais hidráulicos — como única fonte de suprimento de energia por longo período — pode levar a muitos inconvenientes, devido às restrições econômicas e ambientais da exploração dos recursos da Amazônia.
Não é nenhuma fatalidade histórica essa dependência porque estes fatos já aconteceram antes. Em pouco mais do que 50 anos — depois da descoberta da eletricidade — quase todos os potenciais hidroelétricos no mundo todo foram utilizados, em razão da sua evidente economicidade. No Brasil não foi diferente. Depois de selecionados os melhores potenciais as possibilidades são remotas. Os potenciais da Bacia Amazônica, vistos como promissores, devem ser analisados com cautela, pois são potenciais de baixas quedas e grandes vazões, situadas em planície de baixa altitude, ambientalmente impróprios e com os altos custos inerentes, em tudo semelhante àqueles de Jupiá e jusante, no Rio Paraná.
E agora, pegos de surpresa, chegamos à condição de objeto de profecias ameaçadoras sobre “o fim do petróleo”, “o fim da água”, “o fim da terra”, “o fim da história”, e culpados pelo pecado original de sujeitos causadores destas catástrofes. Não há nenhuma razão para nos sentirmos culpados de ter esgotado praticamente todas as reservas florestais, potenciais hidroelétricos e petróleo, pois na época em que as ações predatórias aconteceram não havia a consciência clara das conseqüências dessas ações para o meio ambiente. A figura do desbravador era até incensada, como promotor do progresso. Não podemos esquecer, entretanto, que foi a utilização destes recursos, aliado às novas técnicas, que permitiu a revolução verde que salvou da morte populações da China e Índia.
Postado por Hugo Siqueira às 06:25

AVALIAÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS NO FUTURO

Contrariamente a todos os prognósticos acerca do esgotamento de recursos naturais e a despeito das ameaças de mudanças climáticas (ONU) o consumo do combustível fóssil ainda predomina e não há evidência objetiva de que o consumo mundial venha a decrescer nas próximas décadas, especialmente agora que os países em desenvolvimento se tornaram os maiores consumidores de energia primária. Obviamente os países industrializados continuam utilizando o petróleo no aquecimento de residências porque o processo é simples e eficaz: não requer investimento e o preço continua baixo. Entretanto, segundo técnicos da Petrobras “o ritmo das novas descobertas não acompanha as taxas de crescimento do consumo e as reservas mundiais de petróleo — em mãos de empresas estatais — estariam esgotadas em poucas décadas, culminando com um último e definitivo choque dos preços do petróleo”.
Se de fato as previsões se confirmassem as conseqüências seriam benéficas ao próprio meio ambiente e aos países em desenvolvimento, especialmente aqueles que têm recursos naturais, terra e potenciais inexplorados de energia. Este seria o momento especial pelo qual os países em desenvolvimento há muito esperavam (um momento mágico no dizer do presidente Lula): de ver subitamente valorizado os seus minérios e grãos exportados a “preço de banana” para agregar valor nos países importadores de matéria prima; de tirar os produtores de etanol do sufoco pelos baixos preços do produto; de poder investir na exploração do petróleo sem os riscos atuais; de utilizar potenciais hidroelétricos de que dispõem para acionamento de carros elétricos ou movidos a hidrogênio e produzir de comodities metálicas de alto valor agregado.
Mas, porque isso não acontece? Por qual razão o preço do petróleo não dispara como esperam os técnicos da Petrobras, mas permanece na faixa de 50 centavos de dólar o litro, pouco superior ao preço do Kg de soja, de cujo custo o petróleo é o grande componente?
As razões são várias:
Em primeiro lugar, petróleo e energia potencial são grandezas distintas: um é estoque desconhecido (capital), enquanto a outra é uma quota atual reutilizável (dividendo) que não é acumulável e nem comporta acréscimos, cujo montante, bem determinado, se esgota rapidamente com a utilização dos saltos potenciais disponíveis. O que torna a energia potencial um recurso muito mais limitado que o combustível. Toda a energia potencial vertida no passado se perdeu definitivamente. A energia de potenciais hidroelétricos foi tão barata, no princípio, que sobrepujou qualquer outra fonte e se esgotou rapidamente em todo o mundo. Os potenciais ainda inexplorados se encontram em países do terceiro mundo, mas em quantidade limitada a cerca de 700GW.

ENERGIA COMO FINALIDADE ÚLTIMA

A exploração de petróleo bem como a geração de energia não é um fim em si mesmo. Depende da composição das atividades que usam energia, bem como das fontes disponíveis a essas atividades e da fase histórica que cada país atravessa. Só é justificada quando produz bens intermediários de maior valor agregado que empregam e produzem outros bens úteis. Nas atuais condições de mercado, o petróleo é uma comodity como outra qualquer, cujo preço não justifica o risco do capital empregado na exploração e o governo tem toda a razão em evitar a exportação de petróleo bruto, fixando limites regulatórios de exploração. Exportar petróleo ou mesmo etanol nestas condições é o mesmo que exportar matéria prima.
Por outro lado, queimar petróleo é um desperdício — ou forma predatória de utilização, como fonte de aquecimento, de um recurso valioso e insubstituível — quando podem ser encontrados combustíveis líquidos mais simples, derivados da cana e celulose, que substituem suas propriedades puramente energéticas. O substituto do petróleo deve ser buscado naquilo que constitui sua origem: se o petróleo é um estoque ancestral, o substituto se encontra nas florestas atuais e não em plantações de oleaginosas de baixo rendimento por hectare.
O petróleo é um produto sui-gêneris, de mais larga utilização em todo o mundo em razão do multiuso dos inúmeros produtos valiosos que resultam de sua destilação. Explorar petróleo como matéria prima de exportação constitui um procedimento pouco inteligente. O petróleo é uma comodity como outra qualquer, cujo preço atual é pouco superior ao da soja pronta para o consumo. Corresponde à metade do valor alcançado nos choques anteriores, se levada em conta a desvalorização do dólar (2.5% ao ano em 25 anos). Exportar petróleo bruto se tornou um mau negócio que nem mesmo interessa às grandes multinacionais: é como exportar comodities ou minérios, inclusive o etanol. O que realmente produz riqueza e desenvolvimento é a destilação do petróleo, uma das indústrias mais lucrativas do mundo, fonte de inúmeros conflitos e disputas políticas. Empresas multinacionais detêm atualmente apenas 3% das reservas mundiais e se interessam mais em aplicações financeiras como sócias de capital estatal do que em prospecção e exploração propriamente dita. Se o governo Americano decidisse interferir na exploração — sugestão de Sarah Palin ex-vicecandidata — como fez estatizando a General Motors, o preço do petróleo cairia a valores insignificantes.
“A BP inglesa descobriu há poucos dias uma enorme fronteira petrolífera no Golfo do México, a mais de deis mil metros de profundidade. Se por um lado, essa descoberta eleva a credibilidade do pré-sal, por outro joga um pouco de água fria na fervura patrocinada pelo Planalto. Não estamos sozinhos, e a tão decantada escassez futura de petróleo pode ser mais uma dessas previsões que não se confirmaram.” (L. C. Mendonça de Barros, folha do dia 4/9/2009). Não é só a escassez improvável, mas o custo da exploração que está em jogo devido à concorrência internacional pelos equipamentos. Pode muito bem acontecer que a exploração se torne inviável, o que reforça a tese da subutilização (low profile): os mais viáveis e menos danosos em primeiro lugar, tirando menos, e não mais, os recursos da natureza, da mesma forma que serão explorados os potenciais hidroelétricos da Amazônia.
Protelar exploração de petróleo é a forma mais inteligente de estocagem, visando utilização futura, quando novas tecnologias estiverem disponíveis. Exploração restrita ao mercado interno de diesel e suficiente para complementação térmica a gás.
Por último, o fator mais importante é a redução no consumo de energia dos países industrializados, por conta de mudanças estruturais ocorridas desde a década de 70, ou seja, decréscimo no consumo de energia por habitante com crescimento do PIB, tendência que prossegue até os dias de hoje. Isso mostra que para crescer não é imprescindível o aumento no consumo de energia per cápita como mostra o desempenho de países industrializados: Estados Unidos, Japão e Europa (ver figura 1). O ingresso na economia de alta tecnologia trouxe vantagem expressiva aos países industrializados e do Leste Asiático o que ocasionou a explosão do consumo de bens finais e redução no gasto de combustíveis. A fabricação de Produtos tecnológicos — de pouco conteúdo material e de alto valor agregado — não consome energia. São transportados de avião, alguns intangíveis como softwares, viajam a velocidade da luz, de e para diversos lugares do mundo, graças aos próprios recursos da tecnologia da informação. Têm marketing garantido pelo próprio meio (INTERNET) e goza de prestígio mundial pelo fascínio que desperta como a indústria que mais prospera no mundo.

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