sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O DESEMPREGO ESTRUTURAL

A maior preocupação nos países industrializados é o desemprego estrutural decorrente de tecnologias desocupadoras de mão de obra. A manutenção dos empregos que foram subtraídos por altas tecnologias leva ao protecionismo em atividades industriais e aos insumos básicos requeridas por essas atividades. Nestas atividades, vêm perdendo concorrência para países em desenvolvimento, caso típico das montadoras de automóvel, siderurgia e comodities metálicas.
Países industrializados têm muito onde cortar no consumo de petróleo. Ainda estão na fase do pré-uso do etanol como alternativo e ainda não ultrapassaram a fase de adição do álcool como antidetonante. A limitação de 8 km / litro, imposta pelo presidente dos Estados Unidos é muito tímida. Quando atingirem o nível de consumo por Km dos países em desenvolvimento, que hoje são os maiores produtores, o consumo de gasolina em automóveis poderá ser reduzida à metade. Mas, o que fazer nos Estados Unidos com a frota de 600 milhões de “dinossauros”, maior do que a do resto do mundo?
Nem mesmo carros elétricos ou movidos a hidrogênio constituem solução para países industrializados, uma vez que a energia de acionamento ou produção do hidrogênio certamente proviria de termoelétrica a carvão mineral mais poluente e emissora de gás carbônico.
Esta é a razão por que a questão ambiental não é um fenômeno objetivo, pois o custo da proteção ambiental não recai igualmente sobre todos os países. É fácil o discurso ambiental em um país cujas necessidades básicas estão plenamente satisfeitas, enquanto na maioria dos países as pessoas vivem em condições precárias. A maioria — constituída de intelectuais dos países industrializados — prefere se refugiar no discurso fácil e cômodo do meio ambiente sem atentar para as necessidades de mais de 3 bilhões de seres humanos da África, Ásia e América Latina. Países mais desenvolvidos, que seriam os primeiros a reconhecer a importância da proteção ambiental, persistem na utilização do carvão mineral na siderurgia e em termoelétricas da mesma forma que países como China e Índia cujas necessidades vitais são anteriores à degradação do meio.
Contudo, países industrializados tambem têm necessidades básicas de aquecimento, as quais requerem gasto de combustível. Só continuam gastando combustível por não ter um modo mais eficaz de substituição. Seria uma ingenuidade pensar que iriam gastar recursos de que dispõe, em energia nuclear mais cara, renunciando desta forma aos confortos da vida moderna. Entretanto, são os únicos que podem cortar o consumo de combustível e é exatamente o quê estão fazendo, por mais incrível que possa parecer.

Um comentário:

  1. Olá, Hugo!
    Parabéns pelo blog!
    Quando vi o título do texto "desemprego estrutural", logo me veio à mente um texto crítico sobre a "natureza" do sistema capitalista.
    suas idéias são bem colocadas. Uma questão: Você acredita nessa tal sustentabilidade no sistema que gira em torno do consumo? Faço essa questão, pois tenho ressalvas quanto a esta idéia.
    abraço...

    OBS: aproveito a oportunidade para lhe apresentar o blog www.cienciassociaisnarede.blogspot.com

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