1. A possibilidade de constituir estoques de energia nos locais acidentados é infinitamente superior a dos locais de planície, razão por que o campo gravitacional na Amazônia é mais pobre do que se esperava, relativamente campo gravitacional no Sudeste. Para que possa contribuir de forma sustentável a região amazônica não pode contar com reservatórios de regulação. Com isso a estratégia de reservatórios de acumulação — utilizada com sucesso no Sudeste — esta comprometida nas bacias isoladas da Amazônia e, por conseqüência, para o sistema como um todo. Mas, as bacias podem ser interligadas eletricamente ao sistema atual, o que não deixa de ser uma forma disfarçada de integração. Nada impede que a energia de recursos de fio d’água seja enviada para suprir demanda no período seco do Sudeste, cujos reservatórios podem ser mantidos cheios com a água economizada. Mas, esta é uma possibilidade ilusória, conquanto inteligente. Estoque de energia é uma variável sistêmica que não está localizada em um ponto determinado do sistema. É uma variável que pertence ao sistema como um todo, cujos componentes se transformam em energia elétrica nas diversas alturas das usinas de jusante do mesmo caminho da corrente do rio assim que o volume dos reservatórios de cabeceira libera água. Ora, não se pode reter água nestes reservatórios sem comprometer o funcionamento da usinas de jusante, de cuja vazão sua capacidade é dependente.
2. O estoque de energia pode ocorrer de várias maneiras: pelo estoque de petróleo; pelo estoque de produtos produzidos pela energia e pelo estoque de energia em baterias para acionamento de carros elétricos. Custa menos estocar petróleo do que energia: basta deixá-lo onde está. O petróleo já é um estoque de energia potencial.
3. Como as bacias não podem ser integradas fisicamente, a máxima energia produzida é a soma simples da energia individual de cada potencial. Neste caso esta soma pode ser facilmente calculada por inventário.
4. A constituição de estoques de energia por meio de reservatório em todo o mundo é dispendiosa — senão impossível — porque os últimos potenciais estão situados em planícies de baixa altitude. É mais seguro e barato estocar petróleo.
5. Estocar os produtos produzidos pela energia é um meio indireto mais barato e seguro do que estocar a própria energia em reservatórios de acumulação.
6. Assegurar energia por termoelétricas é mais seguro e barato do que por hidroelétricas.
7. Assim como o Brasil não deseja permanecer como um fornecedor de matéria prima aos países ricos, os estados pobres do Norte tambem não aceitam ser colonizados pelos estados ricos do Sudeste que têm outros meios mais baratos e seguros de resolver seu problema de energia garantida.
8. Este é um exemplo — a ser seguido pelos países consumidores de madeira e combustíveis fósseis — de como é possível utilizar menos e não o máximo de todos os recursos da natureza, levando em conta tambem os ganhos de patrimônio ambiental, até agora não considerados nos cálculos econômicos. Tambem é possível consumir menos — e não mais petróleo para ter crescimento econômico como mostra a tabela 1. O exemplo deve ser mostrado a países ricos — pasmem! — como Canadá, Rússia, Estados Unidos e Suécia, alguns com florestas boreais muito maiores do que a Floresta Amazônica, cuja madeira foi e continua a ser exportada para o Japão, sem que os ambientalistas tomem conhecimento do fato. Estados Unidos plantam florestas artificiais para construção de residências, enquanto a Suécia — outrora produtora de aços finos a partir do carvão vegetal — há muito esgotou suas reservas.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
sobre o blog
Uma exposição didática do significado de "visão geral de sistema".
Cada página acima tem o tamanho físico de uma página real e poderá ser consultada em qualquer órdem para ver como as "variáveis de sistema" estão interrelacionadas.
Para se ter uma visão de conjunto do artigo todo no arquivo do blog as postagens (mais extensas) aparecem na órdem em que foram postadas.
Cada página acima tem o tamanho físico de uma página real e poderá ser consultada em qualquer órdem para ver como as "variáveis de sistema" estão interrelacionadas.
Para se ter uma visão de conjunto do artigo todo no arquivo do blog as postagens (mais extensas) aparecem na órdem em que foram postadas.
Seguidores
Quem sou eu
- Hugo Siqueira
- Escritor bissexto e plagiador de poetas. Calculista e decifrador.
Uma exposição didática do significado de "visão geral de sistema".
Cada página acima tem o tamanho físico de uma página real e poderá ser consultada em qualquer órdem para ver como as "variáveis de sistema" estão interrelacionadas.
Para se ter uma visão de conjunto do artigo todo no arquivo do blog as postagens (mais extensas) aparecem na órdem em que foram postadas.
Para se ter uma visão de conjunto do artigo todo no arquivo do blog as postagens (mais extensas) aparecem na órdem em que foram postadas.
O apagão marca o retorno da nossa maior sumidade em matéria de energia: LOBÃO, o outro é claro. Agora a sumidade vem a público dizer que não foi apagão, mas sim interrupção. Apagões acontecem nas melhores...ops, nos melhores países e não constituem novidade: basta achar o culpado, e desta vez vão ser os malditos raios e tempestades de que o "o país — abençoado por Deus e bonito por natureza — tem sido vítima. O curioso é que se não foi uma explicação, pelo menos é uma boa rima. A sumidade pode virar repentista.
ResponderExcluirA verdadeira causa está nos corredores exclusivos do transporte de grandes blcos de potência a grandes distância de energia concentrada em obras de grande porte. Com a palavra o ilustre professor Goldemberg.