Contrariamente a todos os prognósticos acerca do esgotamento de recursos naturais e a despeito das ameaças de mudanças climáticas (ONU) o consumo do combustível fóssil ainda predomina e não há evidência objetiva de que o consumo mundial venha a decrescer nas próximas décadas, especialmente agora que os países em desenvolvimento se tornaram os maiores consumidores de energia primária. Obviamente os países industrializados continuam utilizando o petróleo no aquecimento de residências porque o processo é simples e eficaz: não requer investimento e o preço continua baixo. Entretanto, segundo técnicos da Petrobras “o ritmo das novas descobertas não acompanha as taxas de crescimento do consumo e as reservas mundiais de petróleo — em mãos de empresas estatais — estariam esgotadas em poucas décadas, culminando com um último e definitivo choque dos preços do petróleo”.
Se de fato as previsões se confirmassem as conseqüências seriam benéficas ao próprio meio ambiente e aos países em desenvolvimento, especialmente aqueles que têm recursos naturais, terra e potenciais inexplorados de energia. Este seria o momento especial pelo qual os países em desenvolvimento há muito esperavam (um momento mágico no dizer do presidente Lula): de ver subitamente valorizado os seus minérios e grãos exportados a “preço de banana” para agregar valor nos países importadores de matéria prima; de tirar os produtores de etanol do sufoco pelos baixos preços do produto; de poder investir na exploração do petróleo sem os riscos atuais; de utilizar potenciais hidroelétricos de que dispõem para acionamento de carros elétricos ou movidos a hidrogênio e produzir de comodities metálicas de alto valor agregado.
Mas, porque isso não acontece? Por qual razão o preço do petróleo não dispara como esperam os técnicos da Petrobras, mas permanece na faixa de 50 centavos de dólar o litro, pouco superior ao preço do Kg de soja, de cujo custo o petróleo é o grande componente?
As razões são várias:
Em primeiro lugar, petróleo e energia potencial são grandezas distintas: um é estoque desconhecido (capital), enquanto a outra é uma quota atual reutilizável (dividendo) que não é acumulável e nem comporta acréscimos, cujo montante, bem determinado, se esgota rapidamente com a utilização dos saltos potenciais disponíveis. O que torna a energia potencial um recurso muito mais limitado que o combustível. Toda a energia potencial vertida no passado se perdeu definitivamente. A energia de potenciais hidroelétricos foi tão barata, no princípio, que sobrepujou qualquer outra fonte e se esgotou rapidamente em todo o mundo. Os potenciais ainda inexplorados se encontram em países do terceiro mundo, mas em quantidade limitada a cerca de 700GW.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
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