CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Não compensa armazenar energia produzida por meios ineficiente. O combustível já é um estoque que pode ser utilizado no instante da solicitação e, portanto, não depende de condições climáticas, mas da ação deliberada do homem. Existem várias formas engenhosas de armazenar energia hidroelétrica: Reservatórios; armazenamento na forma de estoque de produtos acabados intensivos em energia como alumínio, estanho e hidrogênio (eletrólise); armazenamento de energia em forma de ar comprimido, para posterior acionamento de automóveis ou pequenas turbinas para melhorar rendimento volumétrico (carros turbinados); armazenamento em baterias dos futuros carros elétricos e muitos outros.
Ora, se o sistema pudesse contar com usinas de reserva para serem acionadas nos períodos de pico, ou nas ocasiões de um período semelhante ao “período crítico” as usinas hidrelétricas poderiam ser mais bem dimensionadas. Como já tem capacidade instalada maior elas poderiam ser mais bem utilizadas para, por exemplo, não “verter” água. Pois bem: Se tivéssemos nos dado ao trabalho de registrar o que realmente aconteceu ao longo dos últimos 50 anos de funcionamento do sistema, chegaríamos a triste constatação de que a maioria das usinas “verteu”. Águas em excesso que não passaram pelas turbinas, simplesmente porque não ocorreu o “período critico”. Enorme quantidade de energia não foi utilizada simplesmente por inexistência de carga, quando poderiam ser criadas artificialmente.
Térmica custa pouco, porque é veloz. Mas seu custo operacional é elevado (era!!!). Logo, as usinas térmicas são apropriadas para ficarem de reserva para prevenir os períodos de escassez de água. Horários de verão, bem como a adoção de horários flexíveis de trabalho e assim como férias não coincidentes, feriados prolongados são todas medidas benéficas. Estas são as fontes promissoras que, utilizadas juntamente com a economia no uso final, constituem a base da estratégica a ser utilizada nas próximas duas décadas a fim de evitar o suprimento por novas hidroelétricas, cujos aproveitamentos na região Sul e Sudeste estão esgotados.
A utilização das novas usinas térmicas a biomassa, resulta mesma feliz coincidência, como fontes promissórias de energia nas próximas duas décadas. Esta coincidência favorável pode ser assim justificada:
Existência de imensas quantidades de biomassa provenientes do bagaço da cana das usinas de cana de açúcar e álcool que é uma forma disfarçada de energia acumulada. O próprio álcool poderá vir a ser utilizado como combustível de usinas termoelétricas.
Por fim, o fator mais interessante, que resulta da redução da dependência quase exclusiva de um sistema baseado exclusivamente em usinas hidrelétricas, cujo suprimento nos dias de hoje está bastante comprometido por razão ambiental, física e técnica anteriormente explicadas. Ou, explicando melhor: Um sistema elétrico baseado quase exclusivamente em recursos hidrelétricos é muito incerto por depender de fatores climáticos imprevisíveis como foi explicado anteriormente.
Acresce o fato de essas usinas de álcool já estarem conectadas ao sistema elétrico interligado, uma vez que necessitam também de energia para acionamento e consumo de suas próprias atividades.
Alem de interligadas ao sistema as termoelétricas estarão disponíveis para a cogeração, muito úteis na complementação térmica do sistema interligado por serem complementares. Estas termoelétricas, por estarem fisicamente mais próximas das outras cargas dispensam a construção de novas linhas de transmissão. Este é o verdadeiro significado do que chamamos de “potencialização de um sistema elétrico preexistente”. As usinas termoelétricas que forçosamente virão a existir, como decorrência da produção de álcool, servirão para melhorar o desempenho das hidroelétricas. Em resumo, uma complementação total: elétrica e de combustíveis para transporte. Os depósitos de biomassa nas usinas de álcool e açúcar não deixam de ser uma nova forma disfarçada de armazenamento de energia, ou seja: energia armazenada na forma de energia potencial contida na celulose do bagaço de cana. Este estará sempre disponível para a queima nas termoelétricas de cogeração para atendimento da demanda do sistema em momentos críticos (apagões).
No que concerne ao suprimento de combustíveis para as próximas décadas a posição brasileira é bastante confortável. O fornecimento de combustível renovável e alternativo está garantido pelo sucesso do programa do álcool, possivelmente capaz de suprir o mercado internacional em boas condições de preço, caso o preço do barril de petróleo volte a aumentar.
Aqui também, na região sudeste e sul, a maior parte das mudanças está ocorrendo nas áreas de eletrônicos, tecnologia de informação, comunicações, tecnologia médica e outras áreas de alta tecnologia. A demanda está mudando de produtos intensivos em matéria prima para aqueles caracterizados por elevada razão entre valor agregando e conteúdo de material. A região está deixando a área de produção de bens para entrar na área de serviços (terceira onda). É bem provável que o crescimento das metrópoles ocorra a taxas menores ou mesmo que venha a decrescer por razões ambientais e físicas. Com isso, temos esperança de que o progresso esteja se interiorizando e com isso os futuros centros de cargas se deslocarem para o Oeste Paulista, Cerrando Mineiro, Goiano e Mato-grossense, onde vão estar instaladas as futuras usinas de Álcool.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
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